Folha de S. Paulo


PSB e políticos citados negam oferta de dinheiro

Políticos citados por José Augusto Maia e ouvidos nesta terça-feira (24) pela Folha negaram ter feito ou saberem da existência de oferta financeira ao deputado e, reservadamente, citaram que ele figura na lista de prefeitos que tiveram contas rejeitadas.

A campanha de Eduardo Campos afirmou que ele não se manifestaria sobre as citações a Paulo Câmara, candidato ao governo de Pernambuco pelo PSB, e Geraldo Júlio (PSB), prefeito de Recife.

A campanha de Paulo Câmara divulgou nota em que "refuta veementemente a acusação". "Esta não é a forma de fazer política da Frente Popular, que conta com o apoio de 21 partidos, sendo esta a maior coligação já constituída em torno de uma candidatura."

O líder da bancada do PP na Câmara, Eduardo da Fonte (PE), negou que tenha tido reunião privada com Augusto Maia. Ele afirmou não saber dizer se o deputado esteve mesmo na sede do partido no dia 16 de junho.

"Isso é um absurdo, nunca tive reunião privada com ele para fazer qualquer tipo de coisa e nem participei desse entendimento dele com o partido dele. A conjuntura que levou o PP a apoiar a coligação do PSB é que fizemos parte do governo de Pernambuco durante os últimos oito anos", disse Eduardo da Fonte, afirmando que as declarações contra ele representam "o delírio do delírio".

Em seu relato, Augusto Maia afirma que no dia da reunião com Eduardo da Fonte estavam lá também para serem recebidos pelo pepista o ex-presidente da Câmara dos Deputados Severino Cavalcanti e uma das filhas do ex-deputado Pedro Corrêa, um dos condenados no mensalão.

"Posso ter recebido o Severino, ou outra pessoa, e ele [Augusto Maia] pode ter ido lá no partido, lá é um local público, mas eu nunca tive nenhuma reunião com ele", afirmou Eduardo da Fonte.

REJEIÇÃO DE CONTAS

Gilson Lima, que assumiu o comando do Pros de Pernambuco após a destituição do deputado, disse que "Augusto Maia está ressentido porque não está podendo sair candidato mais". "Nunca existiu vantagem financeira. Cabe o ônus da prova".

Augusto Maia, que foi prefeito de Santa Cruz do Capibaribe (PE) de 2001 a 2008, afirma que a rejeição das contas de sua gestão não é uma decisão definitiva.

A Folha procurou e deixou recados, mas não conseguiu falar nesta terça com os demais deputados citados. A assessoria da Prefeitura de Recife não respondeu.

O presidente do Pros, Eurípedes Jr., que durante o dia participou da reunião do conselho político da presidente Dilma Rousseff, negou que tenha sido feita oferta financeira ao deputado.

"Ele teve problema na prestação de contas dele, e ele escondeu isso tudo do partido", afirmou. Eurípedes afirmou ter levado os deputados ao Recife para que a decisão sobre a coligação fosse tomada em conjunto.


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