Em seu primeiro evento político desde o início da disputa eleitoral, Dilma Rousseff tentará colar sua campanha nesta quinta-feira na do governador e candidato ao governo do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB).
Candidato do PT no Estado, Lindberg Farias não foi convidado para o evento que deverá reunir cerca de 50 prefeitos de diversos partidos em uma churrascaria na baixada fluminense. A campanha petista quer responder ao ''Aezão'', movimento de peemedebistas que defendem Aécio Neves à Presidência em uma dobradinha com o governador do PMDB.
Integrantes do comitê dilmista disseram à Folha que a escolha do Rio faz parte da estratégia de priorizar o sudeste na disputa presidencial. Petistas calculam que Dilma não levará a eleição em São Paulo e Minas Gerais. Portanto, vão tentar garantir uma vantagem maior para a presidente no Rio de Janeiro.
Peemedebistas ouvidos pela reportagem, no entanto, não acreditam que o evento chegue a reunir 50 prefeitos.
Na reunião de coordenação da campanha com Dilma desta segunda-feira, em Brasília, a possível reação de Lindberg ao evento da presidente com a presença de Pezão foi minimizada após avaliação de que o candidato não "segurou" duras críticas de Romário (PSB), candidato ao Senado na chapa petista, à presidente. Primeiro, ele atacou a presidente nas redes sociais, dizendo que o governo havia compactuado com o ''superfaturamento dos estádios". A declaração irritou a cúpula petista, que pediu a Lindberg que o enquadrasse, o que não ocorreu.
O ex-jogador voltou a criticar a presidente em uma entrevista recente, quando disse que o "PT tem que deixar o poder", o que foi considerado como ''a gota d' água'' para petistas. "É normal ele defender Eduardo Campos, mas não precisa xingar a presidente", diz um integrante do comitê dilmista.
O evento foi organizado pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), Rodrigo Neves (PT), prefeito de Niterói, e o ex-pesebista Alexandre Cardoso. Cardoso diz que não entrará no mérito se o evento, que ocorrerá em uma churrascaria da baixada fluminense, cria uma saia justa com Lindberg. "Não estou entrando nisso. É um evento para quem vota Dilma, vota Pezão. Agora, se tem prefeito do PT que vota no Pezão, você tem que ligar para o PT", brincou.
Ele diz que a ideia é mostrar aos prefeitos o ''conjunto de ações'' que Dilma realizou no Rio, em conjunto com Pezão.
AGENDA
Na reunião de segunda-feira, Dilma definiu também que irá participar dos quatro debates televisivos durante a campanha presidencial. Havia a expectativa de uma agenda em Minas Gerais neste final de semana, mas a presidente não confirmou participação.
A campanha traçará nas próximas semanas um roteiro para a presidente no Nordeste.