Folha de S. Paulo


Com crise no Cantareira, Alckmin escala secretário para campanha

Em busca de vacinas contra as críticas que sofrerá durante a campanha eleitoral, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), escalou nesta terça-feira (22) o secretário estadual de Saneamento e Recursos Hídricos, Mauro Arce, para coordenar o núcleo responsável pelas propostas na área de segurança hídrica em seu programa de governo.

A escolha é uma tentativa de fortalecer uma área considerada por adversário do tucano como um dos "calcanhares de aquiles" de sua administração. A crise de desabastecimento do Sistema Cantareira, que opera desde maio com o volume morto, é alvo de ataques tanto do PT como do PMDB, que acusam o governo paulista de não ter investido o suficiente na área para evitar a escassez de água.

O secretário, que continua no governo e aconselhará a campanha fora do horário de expediente, tem acompanhado de perto a situação no Sistema Cantareira e participa de reuniões semanais com o governador para discutir o cenário crítico. A expectativa é de que o programa de governo seja lançado no início de setembro.

Em documento entregue à Justiça Eleitoral no início do mês, com as principais diretrizes para uma futura administração, a campanha tucana dedicou pouco espaço para a área.

O texto propõe, de maneira genérica, a ampliação da "capacidade de reservação de água das bacias sujeitas a maior estresse hídrico" e a aceleração da "implantação do Sistema Produtor de Água São Lourenço", obra prevista para ser concluída em 2018.

Dois meses após iniciar o bombeamento do "volume morto" no Sistema Cantareira, a Sabesp pediu para bombear mais 100 bilhões de litros da reserva, situada abaixo da captação das represas.

O "volume morto" do Sistema Cantareira tem cerca de 400 bilhões de litros de água, dos quais 182,5 bilhões estão sendo bombeados desde maio.

Até segunda-feira (21), quase 60 bilhões de litros da reserva já haviam sido consumidos, e o nível do sistema era de 17%.


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