Folha de S. Paulo


Ato pede liberdade de estudante e funcionário da USP presos em protesto

Com a presença de políticos, centenas de pessoas participaram, na Câmara, de um ato pela libertação de Fábio Hideki Harano, 26, e Rafael Marques Lusvarghi, 29.

O estudante e o funcionário da USP estão presos desde o dia 23 de junho, quando ocorreu na região central de São Paulo uma manifestação contra a Copa do Mundo.

"É um absurdo. Uma grave violação do direitos humanos", afirmou Adriano Diogo, deputado estadual, e candidato à Câmara dos Deputados pelo PT-SP.

Visivelmente emocionado, Diogo chegou a visitar Harano na penitenciária de Tremembé-SP.

Avener Prado - 24.jun.2014/Folhapress
Rafael Marques Lusvarghi e Fabio Hideki Harano (à esq.) foram presos após protesto anti-Copa na av. Paulista
Rafael Marques Lusvarghi e Fabio Hideki Harano (à esq.) foram presos após protesto anti-Copa na av. Paulista

O estudante da USP, preso em flagrante, segundo a Polícia, é acusado de incitação ao crime, associação criminosa armada, desobediência e posse de artefato explosivo.

Se condenado por todos os crimes pelos quais foi denunciado, sua pena pode variar de 5 anos até 13 anos de prisão, segundo a Promotoria.

Lusvarghi foi denunciado por incitação ao crime, associação criminosa armada, resistência e posse de artefato explosivo, segundo o Ministério Público. Os advogados do professor também negam que ele tenha feito qualquer crime.

A pena mínima total para esses crimes é de 5 anos e 5 meses, e a máxima, de 14 anos e 6 meses de prisão.

"Manifestar não é crime", afirmou a mãe de Harano, Helena Harano, que também esteve presente ao ato.

Membros do MTST, movimento dos Sem-Teto, e vários dos líderes, como Guilherme Boulos, também estiveram no ato, que pedia a readmissão dos metroviários demitidos na greve do Metrô, em junho.

A candidata do PSOL a presidência, Luciana Genro, também pediu o fim da repressão policial em São Paulo nas manifestações de rua.


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