Folha de S. Paulo


Em almoço, Lula pede a prefeitos empenho na campanha de Padilha

Numa tentativa de revigorar a candidatura de Alexandre Padilha (PT) ao governo paulista que tem enfrentado vários embaraços, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu 13 prefeitos da região metropolitana do Estado nesta sexta-feira (11) e cobrou empenho na campanha.

Lula tranquilizou os correligionários sobre o desempenho de Padilha, seu afilhado político, que tem encontrado dificuldades para decolar entre o eleitorado e aparece com 3% das intenções de voto do Datafolha de junho.

A avaliação é de que o candidato irá crescer após agosto, quando começa a propaganda eleitoral na televisão. O ex-presidente ainda recomendou que a campanha foque o tradicional reduto eleitoral do PT, especialmente os movimentos sindical e social. A prioridade é garantir que Padilha se torne conhecido e conquiste este voto.

Os prefeitos se comprometeram a puxar atos a favor de Padilha no almoço e após o expediente, além de engajarem a militância.

Os petistas ainda defenderam cautela nos ataques ao candidato do PMDB, Paulo Skaf (PMDB), considerado a principal surpresa da corrida estadual até o momento e que ocupa a segunda colocação das pesquisas, com 21% das intenções de voto.

Isso porque o PT espera que Skaf ofereça palanque para a presidente Dilma Rousseff e ainda um eventual apoio no segundo turno na disputa ao governo do Estado.

O encontro foi na casa do prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho. Por lá, Lula e Padilha receberam prefeitos aliados, entre eles o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, e o de Santo André, Carlos Grana.

Lula confirmou presença e recrutou os apoiadores para dois grandes atos na próxima sexta-feira (18), que são considerados a largada da campanha de Padilha. O primeiro é uma caminhada entre o Teatro Municipal e a Praça da Sé. Depois, os petistas desembarcam na posse do novo comando do Sindicato dos bancários, reduto político do PT.

IMPROVISO

Após o encontro com Lula e prefeitos, Padilha fez sua estreia em grandes atos de campanha. Ele se reuniu com sindicalistas em Santo André. Por lá, fez uma caminhada improvisada pelo centro da cidade e depois participou de ato de filiação de 100 sindicalistas que deixaram o PDT após a aliança com Skaf.

De braços dados com lideranças de Santo André, ele cumprimentou as pessoas, especialmente lojistas e parou para tirar fotos.

Em seu discurso para os sindicalistas, Padilha fez ataques a gestão do PSDB de quase 20 anos no Estado e disparou que os tucanos tratam com repressão os movimentos de trabalhadores, enquanto o PT entende a classe por ter sua origem nela.

Padilha, indiretamente, minimizou o fato de ter perdido apoio de partidos como o PP ao falar que estão com eles partidos que nunca tiveram dúvida de que lado deveriam estar. Após prometer construir o maior rol de aliados da história do partido, o petista ficou aliado ao PR e PC do B.

ABASTECIMENTO

Para enfrentar a crise de abastecimento de São Paulo, Padilha se comprometeu a seguir três linhas. A primeira é realizar obras para captação de água em outras áreas, como Vale do Ribeira, região metropolitana de Campinas para interligação.

A outra prevê estimular o reuso da água especialmente de empresários. Para isso, seria oferecida isenção tributária. Ele afirmou ainda que irá urbanizar as habitações que existem em regiões mananciais para que tenham tratamento de esgoto e possam proteger as fontes de água.


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