Folha de S. Paulo


Construtora do viaduto que desabou diz que ajudará vítimas e familiares

Responsável pela obra do viaduto que desabou em Belo Horizonte, a construtora Cowan disse lamentar "profundamente o ocorrido" e que enviou ao local uma equipe de técnicos para investigar as razões da queda.

De acordo com o o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), o motorista de um ônibus que foi atingido pela estrutura morreu no local e há mais 22 feridos. A empresa afirmou que a prioridade "neste momento" é o apoio às vítimas e aos familiares.

A Secretaria de Saúde chegou a confirmar dois óbitos, mas depois afirmou que uma das mortes é "presumida", uma vez que as equipes de resgate ainda não conseguiram chegar ao interior de um dos carros atingidos pelos escombros.

A obra da prefeitura integra uma das linhas do BRT (via rápida de ônibus) criadas para a Copa. Ela é feita pela construtora, mas quem venceu o contrato foi o Consórcio Integração, formado pela Cowan e pela Delta, que saiu do contrato posteriormente. A obra é financiada pelo governo federal, por meio do PAC da Copa.

O valor original de toda a obra de duplicação do viaduto é de R$ 170,999 milhões, sendo R$ 154.499.924 do lote 1 e R$ 15.499.752 do lote 2, que inclui a parte do viaduto que desabou.

Com sede em Belo Horizonte e unidades no Rio e em São Paulo, a Cowan tem em sua lista de obras o prolongamento da avenida Jacu Pêssego, na zona leste de São Paulo, e a rodovia Carvalho Pinto, rota de ligação para o litoral norte paulista. Em Minas, executa também a ampliação e restauração da pista do aeroporto de Confins.

A empresa é a 52ª no ranking de construtoras brasileiras, segundo a edição de 2013 da revista O Empreiteiro.

Com receita bruta de R$ 276,62 milhões em 2012, a Cowan trabalha principalmente com contratos públicos —80% dos seus compromissos são firmados com governos, segundo a publicação—, mas também atua em outras frentes, como administração de rodovias, saneamento, transporte urbano, mineração e exploração e produção de petróleo e gás.

O contrato da obra do viaduto foi vencido pelo Consórcio Integração, formado pela Cowan e pela Delta. Essa última, no entanto, deixou o consórcio oficialmente em julho de 2012 (após ter acertado a saída um mês antes). Com isso, a obra ficou sob a responsabilidade apenas da Cowan.

A Delta Construções também afirmou em nota que lamenta o acidente e reiterou "que deixou, ainda em 2012, em período muito antes do início das obras do referido viaduto, o Consórcio Integração, então constituído com a construtora Cowan, vencedor da concorrência municipal."

ACIDENTE

A avenida Pedro 1º, que passa sob o viaduto, tinha tráfego normal de veículos, por volta das 15h, quando ocorreu o acidente. Com isso, quatro veículos foram atingidos, sendo um micro-ônibus, um carro e dois caminhões que trabalhavam nas obras.

Não se sabe ainda as causas do desabamento de boa parte da estrutura do viaduto. O prefeito Marcio Lacerda (PSB), no entanto, afirmou em entrevista à imprensa que "certamente" por um erro "de projeto ou construção"

Segundo o secretário de Comunicação da Prefeitura de Belo Horizonte, Régis Souto, há uma equipe reunida no momento para avaliar o que aconteceu. Ele disse que a empresa que venceu a licitação é qualificada e experiente nesse tipo de obra.


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