Folha de S. Paulo


PSDB lança Beto Richa à reeleição no Paraná, mas ainda sem vice

O governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), foi aclamado neste domingo (29) como candidato à reeleição pelo partido, que realizou sua convenção em Curitiba.

A chapa do tucano, que terá cerca de 15 partidos coligados, porém, ainda não definiu o candidato a vice, que só deve ser anunciado nesta segunda (30). O PSDB pode formar uma chapa pura, com Flávio Arns como vice, ou ofertar o posto a partidos aliados, como o PSD.

Estelita Hass Carazzai/Folhapress
O governador Beto Richa ao lado da mulher Fernanda, do vice-governador Flávio Arns e do senador Álvaro Dias no lançamento de sua candidatura à reeleição, neste domingo (29)
O governador Beto Richa ao lado da mulher, Fernanda, do vice-governador Flávio Arns e do senador Álvaro Dias no lançamento de sua candidatura à reeleição, neste domingo (29)

A convenção, cujo resultado foi unânime em favor da reeleição de Richa, lançou o slogan "O Paraná que acredita" para a campanha do tucano, e foi marcada por críticas aos seus principais adversários, os senadores Gleisi Hoffmann (PT) e Roberto Requião (PMDB).

Gleisi foi apelidada de "dama da perseguição", pelas críticas que vem fazendo ao governo do Estado. Já Requião, segundo o partido, representa a "candidatura da prepotência".

Richa engrossou o tom especialmente contra Requião, uma espécie de candidato surpresa, já que o PMDB recusou, por votação, a coligação com o PSDB na semana passada.

O peemedebista, conhecido por sua eloquência e pelas críticas agudas a seus adversários políticos, é considerado um forte candidato por ter um eleitorado cativo, e tem o potencial inclusive de tirar Gleisi do segundo turno.

O tucano o chamou de "governador aposentado" (Requião comandou o Paraná por três vezes, a última até 2010), e disse que não permitiria que o Estado voltasse "a mãos erradas, que nos conduziram ao atraso e à estagnação".

Sobre o PT, Richa disse que o partido tem "pessimistas de plantão", e que os paranaenses não vão querer o modelo de gestão que "está destruindo a Petrobras" –numa crítica à ex-ministra da Casa Civil.

DÍVIDA

Richa ainda refutou a hipótese de que a crise financeira do Estado, que teve que cortar obras e atrasar o pagamento a fornecedores, vá atrapalhá-lo na eleição.

"Os problemas são reais e ainda muitos, mas vamos superá-los um a um", discursou.

Ele, que acusa o governo federal de ter atrasado a concessão de empréstimos ao Estado por questões políticas, disse que a dívida com fornecedores foi quase quitada, e que o secretário da Fazenda está "muito animado" com a perspectiva dos próximos meses.

"O nosso governo diz a verdade sobre as finanças. O deles [do PT] faz maquiagem", afirmou.

PALANQUE DIVIDIDO

O presidenciável Aécio Neves (PSDB), que estava num evento do PSDB em São Paulo pela manhã, foi a Curitiba após a convenção, para almoçar com Richa e os tucanos.

Aécio vai dividir palanque no Paraná com Eduardo Campos (PSB), cujo partido é aliado há anos de Richa –que inclusive o elogiou durante discurso pela manhã, afirmando que ele é "um exemplo de gestor público".

O presidenciável do PSDB disse não se incomodar com a divisão do palanque. "Tive um apoio claro e explícito do Beto desde o início. E política, eu sempre digo, não é uma ação solitária, mas um exercício permanente de solidariedade." O tucano afirmou que vai respeitar as realidades locais.


Endereço da página: