Folha de S. Paulo


Paulo Sérgio Passos assume Ministério dos Transportes pela quarta vez

O novo ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, reassumiu o cargo na tarde desta quarta-feira. É a quarta vez que ele será ministro da pasta desde o segundo governo do ex-presidente Lula, entre 2007-2010. Desde 2003 ele ocupa cargos de comando na pasta, entre eles o de Secretário Executivo.

"Talvez eu seja um recordista, nesse tempo de Copa do Mundo... Desconheço caso que se assemelhe", brincou Passos que trabalha desde 1973 no ministério.

Aos 63 anos, Passos dessa vez está no cargo por indicação política do PR, partido ao qual só se filiou há poucos anos em busca de apoio político para permanecer no cargo na última vez em que foi nomeado (entre 2011 e 2013). Nessa sua última passagem pelos Transportes, Passos havia assumido o ministério após a chamada "faxina" do governo Dilma, quando o senador Alfredo Nascimento (PR-AM) pediu demissão após denúncias de corrupção na pasta. Mesmo sendo filiado ao partido, Passos era considerado da cota pessoal da presidente Dilma Rousseff e não contava com apoio da maioria dos parlamentares do PR.

O novo ministro vai substituir Cesar Borges, que havia assumido o cargo em março de 2013 na vaga de Passos. Na época, a mudança foi atribuída à baixa efetividade de Passos para tocar o programa de concessões em transporte do governo e também por falta de apoio do PR ao seu nome. Em seu discurso, Passos elogiou o antecessor.

Passos foi então nomeado com presidente da EPL (Empresa de Planejamento e Logística), órgão vinculado ao Ministério dos Transportes, onde permaneceu até voltar ao comando da pasta.

"Vossa excelência pode compreender, assimilar as orientações da presidenta e dando continuidade às obras do PAC, conquistando um resultado digno de registro no que diz respeito ao Programa de Investimento em Logística", elogiou Passos, que puxou aplausos para o ex-ministro.

Ao fim do seu discurso, Passos disse que vai comandar um grande desafio, mas que sempre seguiu o caminho certo e não vai deixar de fazê-lo. Passos tem a incumbência de finalizar o programa de concessões em transportes, que ele mesmo iniciou, mas que só teve parte dele executado no setor de rodovias após sua saída. Mas nada foi realizado ainda nos setor de ferrovias.

Já Borges, que é ex-governador da Bahia e filiado ao PR, perdeu apoio do partido e vai assumir a secretaria especial de Portos, órgão vinculado à Presidência, mas que está na mesma hierarquia de um ministério. Sua incumbência é também fazer deslanchar o Programa de Concessões do setor, lançado em 2012 como o de rodovias e ferrovias, mas que até hoje não teve sequer um leilão realizado.

Cesar Borges afirmou em seu discurso que o país tem ainda um grande desafio que é melhorar o sistema logístico do país, aumentando ainda mais os investimentos no setor.

"Esse é o desafio: gastar bem, corretamente, honestamente os recursos do contribuinte", afirmou Borges.

O ex-ministro de Portos, Antonio Henrique Silveira, ficará na pasta como secretário executivo de Borges, segundo cargo na hierarquia do ministério.

A Folha apurou que o novo presidente da EPL deverá ser o ex-presidente da Valec, Josias Sampaio.


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