Folha de S. Paulo


Para secretaria, não houve risco de atirador matar policial no Itaquerão

A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo divulgou nota agora à tarde dizendo que não houve risco de morte na operação abortada por um atirador de elite que queria "abater" um suspeito posicionado perto da tribuna das autoridades na abertura da Copa, no Itaquerão.

Segundo a secretaria, "houve um erro de comunicação que foi rapidamente sanado", sem maiores consequências. "Em nenhum momento foi colocada em risco a segurança das autoridades e ou torcedores", diz a nota.

O caso, revelado nesta sexta-feira (27) pela Folha, aconteceu durante o jogo entre Brasil e Croácia, no dia 12. Um homem com uniforme do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais), da Polícia Militar, foi avistado por um atirador de elite da Polícia Civil numa área de acesso proibido no estádio.

Diante da suspeita de que se tratasse de um criminoso disfarçado de policial, o atirador pediu autorização para "abater" o alvo. A ordem só não foi dada porque, minutos depois do pedido, um policial, cuja identidade não foi revelada, analisou as imagens na sala de monitoramento e reconheceu o suspeito como sendo um policial do Gate.

Além de Dilma Rousseff, estavam lá o vice-presidente, Michel Temer, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, e o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, entre outras autoridades.

A secretaria afirma que antes de ser dada ordem para atirar, o policial tem de pedir autorização para carregar a arma, mirar no alvo e, por último, atirar contra o suspeito.

A pasta afirma ainda que "nenhuma destas três etapas foi deflagrada porque o erro de comunicação foi rapidamente corrigido. Afirmar que quase houve morte nesta situação é causar alarmismo", diz a nota.

O episódio abriu uma crise entre as polícias Civil e Militar, que apresentaram versões diferentes para explicar a presença do agente no local.

O caso está sendo investigado e resultou num reforço dos protocolos de segurança para os jogos seguintes.

Segundo a Folha apurou, a Polícia Civil diz que o policial do Gate invadiu uma área restrita sem autorização. Já a PM alegou que ele tinha autorização de seus superiores, pois apurava uma suspeita de bomba, que acabou não se confirmando.


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