Folha de S. Paulo


Organização critica ataque do PT contra jornalistas no Brasil

A organização Repórteres sem Fronteiras demonstrou preocupação com o aumento do que chamou de "tensão entre governo e jornalistas da oposição" no Brasil.

Baseada em Paris, a entidade criticou um artigo recente escrito por Alberto Cantalice, vice-presidente do PT, que acusou nove colunistas de atuar na Folha e em outros veículos como "pitbulls da grande mídia".

"Repórteres sem Fronteiras expressa sua inquietação pelas graves acusações dirigidas contra os jornalistas por um alto dirigente do PT", afirmou Camille Soulier, responsável pelo setor de Américas, em nota divulgada nesta sexta-feira (20).

"Não ignoramos o contexto polarizado da mídia, que pode exagerar o descontentamento geral. No entanto, as dificuldades sentidas pelo PT não justificam o recurso à propaganda de Estado".

A organização demonstrou estranheza pelo fato de o artigo de Cantalice ter sido publicado no site do PT após a divulgação de um balanço da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) informando que 18 jornalistas foram agredidos, sobretudo pela polícia, desde o início da Copa do Mundo, em 12 de junho.

"O subproduto dos pitbulls do conservadorismo teve seu ápice nos xingamentos torpes e vergonhosos à presidenta Dilma na abertura da Copa", escreveu Cantalice em seu artigo, "A desmoralização dos pitbulls da grande mídia", que foi ao ar no último dia 16.

Para o petista, os colunistas criaram um ambiente que estimulou as ofensas a Dilma ao criticar o governo em seus blogs e artigos.

Cantalice classificou como "pitbulls" os colunistas Demétrio Magnoli e Reinaldo Azevedo, da Folha; Augusto Nunes e Lobão, da revista "Veja"; Guilherme Fiúza, da revista "Época"; Arnaldo Jabor, do jornal "O Estado de S. Paulo" e da TV Globo; Diogo Mainardi, do programa "Manhattan Connection"; e os humoristas Danilo Gentili e Marcelo Madureira.

Em nota divulgada neste domingo (22), o PSDB criticou o PT pela "radicalização das ações contra a liberdade de imprensa e opinião".

O partido afirmou que o "site do PT deu mais um triste passo no estímulo à intolerância, ao ódio e à divisão do país, ao passar a atacar oficialmente, sem nenhum subterfúgio, o livre direito à opinião".


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