Folha de S. Paulo


PMDB do Rio se aproxima de Cesar Maia e complica palanque de Dilma

O PMDB do Rio deverá convidar o vereador e ex-prefeito da capital Cesar Maia (DEM) para compor a chapa do governador do Estado e candidato à reeleição Luiz Fernando Pezão (PMDB).

Maia é pré-candidato ao governo do Estado mas, se aceitar o acordo, ele deverá disputar o Senado no lugar do ex-governador e ex-senador Sérgio Cabral (PMDB). A convenção do DEM está marcada para quarta-feira (25).

O PMDB estadual já convocou a imprensa para uma entrevista coletiva em que anunciará "fato de grande relevância para a política do estado às vésperas das eleições" na segunda-feira (23), mas não adianta o teor do encontro.

A reviravolta no quadro político do Rio dependeria apenas de uma reunião final entre Maia e o senador e candidato à Presidência da República Aécio Neves (PSDB), fiador da aproximação. O encontro, segundo o líder do DEM, ocorreria ainda na noite deste domingo.

Quem mais perderia com essa união é a presidente Dilma Rousseff (PT). Ela formalmente tem o PMDB em sua base, mas um movimento político articulado pelo presidente estadual do PMDB, Jorge Picciani, esvaziou o apoio: em 5 de junho, ele reuniu mais de mil correligionários do PMDB e de outros partidos em uma churrascaria da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, em um almoço de apoio a Aécio –pregando abertamente o "Aezão", que seria a campanha combinada para Aécio e Pezão.

Firmado o acordo, é possível que o PSDB do Rio –e o PPS– engrossem a chapa de Pezão e deem a ele mais tempo de TV. Neste caso, apenas o governador Pezão e outros poucos líderes seguiriam a orientação nacional do PMDB, que definiu apoio a Dilma na reeleição.

Assim, Dilma ficaria apenas com o palanque de Lindbergh Farias (PT), que concorre ao governo do Estado. Mas ela terá de dividir também este espaço com o adversário Eduardo Campos (PSB), uma vez que que o deputado Romário (PSB) disputará o Senado na chapa de Lindbergh.

Melindrar o Planalto não é algo que atemorize o PMDB do Rio. A análise do PMDB é que, após aceitar a aliança do PT com o PSB no Rio, a Direção Nacional petista não poderá se queixar de uma chapa com dois candidatos a presidente.

Dois nanicos também aparecem como coadjuvantes nessa conta. Lindbergh tem o PV, que tem como candidato Eduardo Jorge, e Pezão tem o PSC, do Pastor Everaldo.


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