Folha de S. Paulo


PTB ameaça abandonar Dilma e diz que está '90% fechado' com Aécio

Cerca de um mês após declarar oficialmente apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff, dirigentes do PTB afirmam que estão "90% fechados" com o candidato dos tucanos à Presidência da República, Aécio Neves (PSDB-MG). Ato que será realizado neste sábado (21) definirá a posição final do partido nas eleições deste ano.

Se confirmada, a adesão leva para o palanque de Aécio uma sigla que nos últimos anos esteve na base de apoio da presidente no Congresso Nacional. O PTB leva ao presidenciável que apoiar 1min15s a mais na propaganda eleitoral.

As negociações, até agora em sigilo, estão sendo tocadas por alguns dos nomes mais importantes do partido e que, até pouco tempo, estavam bem alinhados com o PT no Planalto.

O presidente nacional da sigla, Benito Gama, é um dos protagonistas. Ex-filiado ao PFL (antigo nome do DEM) e ao PMDB, ele fez carreira sempre como opositor ao PT. Neste governo, se aliou a Dilma e passou a ocupar, a convite do Palácio do Planalto, uma vice-presidência no Banco do Brasil.

Outro nome que passou a trabalhar pelo apoio a Aécio é o senador Gim Argello (PTB-DF). Por anos, Gim atuou para manter o PTB ao lado do Planalto. Ele aparece como vice-líder do governo no Senado.

Para tentar amarrar o partido, Dilma chegou a reabilitar o PTB que estava escanteado do governo desde a revelação do mensalão, maior escândalo de corrupção do governo Lula, oferecendo cargos no Banco do Brasil e na Caixa Econômica. O caso foi denunciado pelo então presidente da sigla, Roberto Jefferson, que foi condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) por participação no esquema.

Segundo petebistas ouvidos pela Folha a mudança foi motivada pela "falta de sintonia" entre as bases do partido nos Estados e o PT.

Os debates devem seguir pela madrugada e a decisão será anunciada oficialmente neste sábado. Há possibilidade de o ato ser realizado em Salvador ou Brasília.


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