Folha de S. Paulo


Opinião: Palavrões vieram de gente que tem dinheiro, mas sem civilidade

Ao trazer a Copa para o Brasil em 2007, num momento em que o país bombava e tudo dava certo, o ex-presidente Lula não calculou que, sete anos depois, as coisas poderiam estar diferentes.

Mais: não se ligou que Copas não são para o povão, mas apenas para quem pode pagar caro por um ingresso nos novos estádios erguidos a peso de ouro.

Eis que a bomba explodiu no colo da sucessora, pouco familiarizada com a mal vista cartolagem do futebol.

Se Dilma soube guardar profilática distância de Ricardo Teixeira e, agora, de José Maria Marin (ninguém o viu perto dela ontem), nem por isso ela evitou a hostilidade da torcida endinheirada que esteve na Arena Corinthians.

Se em Brasília, na Copa das Confederações, a presidenta foi vaiada, em São Paulo foi xingada mesmo, com palavrões típicos de quem tem dinheiro, mas não tem um mínimo de educação, civilidade ou espírito democrático.

Ninguém precisava aplaudi-la e até mesmo uma nova vaia seria do jogo. Mas os xingamentos raivosos foram típicos de quem não sabe conviver com a divergência, mesmo em relação a uma governante legitimamente eleita.


Endereço da página: