Folha de S. Paulo


Suíça bloqueia US$ 23 mi de ex-diretor da Petrobras e US$ 5 mi de doleiro

A Suíça bloqueou US$ 23 milhões (R$ 51,3 milhões) em contas que são atribuídas ao ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e a seus familiares, segundo informação do Ministério Público daquele país enviada às autoridades brasileiras.

Também foram bloqueados US$ 5 milhões (R$ 11,2 milhões), em conta atribuídas ao doleiro Alberto Youssef. O doleiro está preso desde 17 de março, sob acusação de comandar um esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado R$ 10 bilhões, segundo acusações da Operação Lava Jato da Polícia Federal.

Entre os documentos apreendidos pela PF no escritório de Youssef, havia documentos de uma conta no banco PKB.

Pedro Ladeira - 10.jun.2014/Folhapress
O ex-diretor administrativo da Petrobras Paulo Roberto da Costa durante depoimento na CPI da Petrobras no Senado
O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto da Costa durante depoimento na CPI da Petrobras no Senado

O bloqueio dos US$ 28 milhões foi pedido pelo Ministério Público da Confederação Suíça, por suspeitar que as contas foram alimentadas com recursos de corrução.

Costa já é réu num processo, sob acusação de ter ajudado a desviar recursos durante a construção da refinaria Abreu e Lima. Ele era um dos responsáveis pela obra por ter sido diretor de abastecimento da Petrobras entre 2004 e 2012.

A estimativa inicial para o custo da refinaria era de US$ 2,5 bilhões, mas o preço final deve superar os US$ 18 bilhões.

Ele nega que tenha havido desvios na construção da refinaria, mas reconhece que a divulgação do valor inicial, de US$ 2,5 bilhões, foi um erro da Petrobras, já que não havia projeto para uma obra extremamente complexa.

O ex-diretor foi preso em março pela PF sob acusação de tentar ocultar provas e ficou 59 dias detido. Foi colocado em liberdade pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal.

Em entrevista à Folha, feita no dia 30 de maio, Costa negou que tivesse contas no exterior.

Tanto as contas atribuídas a Costa como a de seus familiares e de Youssef estavam em nome de empresas estrangeiras sediadas em paraísos fiscais, um recurso usado para dificultar que as autoridades encontrem e sequestrem os valores.


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