Folha de S. Paulo


Ativistas são levados para prestar esclarecimentos um dia antes da Copa

A ativista Elisa Quadros, conhecida com Sininho, e outras nove pessoas foram detidas por policiais na manhã desta quarta-feira (11) e encaminhadas à Cidade da Polícia, no bairro do Jacaré, zona norte do Rio, para prestar esclarecimentos em uma investigação sobre violência nas manifestações na cidade.

A operação é comandada pela DRCI (Delegacia de Repressão a Crimes contra a Informática), que cumpre 17 mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça, como parte de investigações iniciadas no ano passado.

Segundo a Polícia Civil, as ordens judiciais foram cumpridas na casa das pessoas investigadas, em endereços na Barra da Tijuca, Centro, Copacabana, Catete, Bangu, Botafogo e no município de Niterói. Os agentes apreenderam computadores e mídias, que serão analisados. As investigações continuam em andamento e o inquérito está em segredo de Justiça.

Além de Sininho, que fez parte do movimento Ocupa Câmara, acampamento de protesto em frente à Câmara dos Vereadores do Rio, em setembro e outubro do ano passado, também estão sendo interrogadas as ativistas Luiza Dreyer, que participou do Ocupa Cabral (em frente à residência do ex-governador do Rio) e a advogada Eloisa Samy.

A ação da DRCI acontece um dia antes da Copa, quando há novas manifestações marcadas no Rio, inclusive na Fan Fest da praia de Copacabana. Sininho também tem depoimento marcado para a tarde desta quarta-feira, como testemunha de acusação no primeiro processo da Justiça contra policiais que cometeram excessos nas manifestações.

A ativista participaria, às 13h30, da audiência de instrução e julgamento do major Fábio Gonçalves Pinto, conhecido como major Pinto, e o primeiro tenente Bruno César Andrade Ferreira, denunciados na Auditoria Civil Militar do Tribunal de Justiça do Rio pelo crime de constrangimento ilegal.


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