A ONG Open Knowledge Brasil vai lançar nesta segunda-feira (9) uma plataforma virtual para fomentar o debate sobre os gastos da Copa do Mundo e o legado do evento para o país.
Com o nome de "VaiMudarNaCopa", a plataforma tem três frentes de atuação.
A primeira é incentivar a criação de aplicativos que estimulem e facilitem a participação das pessoas em protestos no mundo real ou virtual. Para isso, a ONG promoveu um campeonato que analisou mais de 20 propostas.
O vencedor foi o "Protesto Pacífico", que permite agendar manifestações e medir a aprovação dos atos de forma anônima, ao contrário do que ocorre no Facebook.
O app, em fase de testes, dificulta a vinculação de determinado usuário como organizador ou apoiador de um protesto, mas o objetivo, segundo os criadores, é proteger a identidade do cidadão em atos pacíficos.
O "VaiMudarNaCopa" também vai estimular a elaboração de análises e infográficos sobre o contexto político da Copa. O conteúdo será baseado no noticiário e principalmente no cruzamento de dados abertos coletados nas três esferas de governo.
Um dos primeiros textos que serão publicados no site apontam as obras da Copa incentivadas pelos presidenciáveis Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), que, segundo o texto, passaram a usar o evento para criticar a gestão da adversária Dilma Rousseff (PT).
A terceira frente da plataforma será um fórum de discussão em que propostas de mudança na situação do país poderão ser apresentadas e votadas pelos internautas.
DADOS ABERTOS
A Open Knowledge Brasil foi oficializada no início deste ano, sob o nome de Rede pelo Conhecimento Livre, após dois anos de atividades.
Entre as missões da fundação estão tratar questões relacionadas à abertura de informações, por isto ela se tornou uma plataforma que orienta, financia e busca parcerias para promover iniciativas.
Um dos projetos da ONG, finalista de um prêmio do Google, visa criar visualizações dos gastos dos governos federal, do Estado de São Paulo e da prefeitura paulistana para facilitar a compreensão de como são usados os recursos públicos.
Criada em 2004 na Inglaterra, a Open Knowledge está presente em mais de 40 países, onde desenvolve sistemas para a abertura de dados governamentais, como o CKAN, usado nos EUA e no Brasil, entre outros países.
Também abriga a Escola de Dados, que ensina jornalistas e cidadãos a ler, analisar e criar ferramentas que utilizem informações abertas.