Folha de S. Paulo


Após racha na família, filho de Campos desiste de eleição no PSB

O estudante João Campos, 20, filho do ex-governador Eduardo Campos (PSB-PE), desistiu de disputar o comando da juventude do partido em Pernambuco depois da exposição de um racha na família.

Em nota, o rapaz diz que vai se dedicar a seu curso de engenharia e, por isso, abre mão do comando do cargo de secretário-geral da juventude e oficializa a desistência de disputar uma vaga de deputado federal.

"Neste momento, priorizo minha formação profissional até para assegurar minha independência. Penso que ninguém deve depender de mandato para viver ou qualquer outra função pública para ter papel político", afirmou João.

O jovem é o segundo dos cinco filhos do pré-candidato à Presidência Eduardo Campos e é bisneto do ex-governador Miguel Arraes (1916-2005).

"Prefiro me preparar melhor para assumir o grande desafio que é o de defender o legado de Miguel Arraes e Eduardo Campos. Só farei isso quando entender que estou pronto, respeitando todos os processos democráticos de escolha. Apresentarei meus argumentos e espero ser reconhecido pelos meus méritos e não pelas minhas ligações familiares", afirmou.

A desistência do jovem foi anunciada dois dias depois de a vereadora Marília Arraes (PSB-PE), prima de Eduardo Campos, divulgar nota crítica à imposição do nome de João pela cúpula do partido.

A vereadora havia dito que existia "uma articulação maior para que outro jovem, sem envolvimento na juventude partidária" assumisse o cargo que dá direito a um assento na Executiva Estadual do partido.

Marília é neta de Miguel Arraes, assim como Campos. O pai dela é o administrador Marcos Arraes, irmão da ministra do TCU (Tribunal de Contas da União) Ana Arraes, mãe de Eduardo Campos.

A vereadora quer tentar uma vaga na Câmara dos Deputados, mas não conta com o apoio de Campos, que vetou a participação de parentes na disputa deste ano para distribuir entre aliados o espólio eleitoral da família.

Em 2010, Ana Arraes foi a deputada federal mais bem votada em Pernambuco, com 387.581 votos. No ano seguinte, no entanto, deixou a Câmara para se tornar ministra.


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