Folha de S. Paulo


Professores municipais de SP decidem encerrar greve após 42 dias

Professores municipais decidiram encerrar nesta terça-feira a greve iniciada há 42 dias. A decisão foi tomada em assembleia realizada no viaduto Jacareí, na frente da Câmara Municipal, após uma reunião com representantes da prefeitura.

A prefeitura propôs incorporar o bônus de 15,38% aos salários em três datas. O percentual começaria a ser incorporado em maio do ano que vem, com 5,54%. Em maio de 2016, haveria mais uma parcela de incorporação, de 3,74%, e em novembro de 2016 outra de 5,39%.

O percentual de 15,38%, que havia sido anunciado pela prefeitura, como bônus, no início de maio, eleva o piso salarial dos professores com jornada semanal de 40 horas/aula, com nível superior, para R$ 3.000 –o valor era de aproximadamente R$ 2.600.

A proposta de incorporação definida hoje não estava no projeto, mas a prefeitura teria se comprometido a encaminhar o substitutivo do projeto de lei à Câmara na quarta-feira (4). Segundo o sindicato da categoria, a data-base dos professores municipais é em maio.

A gestão do prefeito Fernando Haddad (PT) até então se comprometia a incorporar o abono a partir de 2015, mas sem datas e percentuais definidos. Os professores, por sua vez, pediam até então a incorporação imediata do valor.

A prefeitura afirmou, em nota, que "já concedeu um reajuste de 13,43% para todos os profissionais da educação neste ano, incluindo aposentados. Com isso, o reajuste da categoria já soma 26% desde 2013. Este reajuste já entrou na folha de pagamento que os professores receberam em 30 de maio deste ano".

De acordo com dados da prefeitura, em 2010, o piso dos professores com nível superior para 40 horas semanais (25 com os alunos 15 adicionais) era de R$ 2.292,17. A proposta do prefeito Fernando Haddad (PT) para este ano sobe esse valor para R$ 3.000. O ganho real é de 3,6%.

Além do salário, os manifestantes também reivindicavam melhoria nas condições de trabalho, o fim das terceirizações, e o cancelamento da implementação do Sistema de Gestão Pedagógica. Um grupo estava acampado na frente da prefeitura desde a noite da última quinta-feira (29).

Cada escola deverá elaborar um plano para repor os dias que ficaram sem aulas devido à greve. A Secretaria de Educação orienta que seja usado o recesso de junho e julho para a reposição, exceto os dias de jogos do Brasil na Copa.

A prefeitura se comprometeu a pagar os servidores pelo tempo que cruzaram os braços.


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