Folha de S. Paulo


PP declara apoio a Dilma, que projeta tempo recorde de TV

Independente nas eleições de 2010, o PP declarou nesta terça-feira (27) a intenção de apoiar a candidatura à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT), que pode, com isso, reunir tempo recorde na propaganda de rádio e TV que começa em agosto.

Reunidos no restaurante Le Jardin, em Brasília, congressistas e a cúpula do PP, incluindo o ex-prefeito Paulo Maluf, almoçaram com Dilma. Há alguns dias, a petista havia recebido o apoio do PTB, com a presença, entre outros, do ex-presidente Fernando Collor de Mello.

Em sua fala, Dilma voltou a dizer que sua aliança irá se contrapor ao que ela classifica com o os defensores das "medidas impopulares" –e que se pautará pelo desenvolvimento social e sustentável. "Passamos pela pior crise desde 1929 (...) e não caímos na tentação das chamadas 'medidas impopulares', que significam recessão, desemprego e arrocho salarial".

A presidente se referia à declaração do rival Aécio Neves (PSDB), que em encontro com empresários disse que em eventual governo seu não se furtaria a adotar medidas duras caso o equilíbrio econômico exigisse.

Dilma também voltou a defender a organização da Copa, afirmando ter ficado "feliz" com reportagem da Folha que relatou que os gastos da Copa representam um mês do gasto federal na educação. Segundo ela, as pessoas têm adotado o hábito de fazer uma avaliação crítica da Copa.

Dilma também citou, em seu raciocínio, coluna do jornalista Mário Magalhães (UOL) em que ele tece críticas à Fifa e à ideia de que o "padrão Fifa" é sinônimo de excelência. "Os aeroportos não têm 'padrão Fifa', têm 'padrão Brasil'", afirmou Dilma.

DIVISÃO

Na fala em que anunciou o apoio do partido, o senador Ciro Nogueira (PI), presidente do PP, reconheceu que há setores no partido que não apoiam Dilma, mas ressaltou que a maioria da legenda tem a intenção de seguir com a presidente.

Em Estados como Minas Gerais e Rio Grande do Sul, a legenda tende a apoiar Aécio. "Gostaria muito que a senhora fosse uma unanimidade, há divergências e críticas, mas a grande maioria do partido apoia o seu projeto", afirmou Nogueira.

Como o tempo de propaganda na TV –o principal instrumento das campanhas– é calculado com base no tamanho das alianças formadas, Dilma poderá ter cerca de 50% do chamado "palanque eletrônico" caso se confirme os apoios também do PSD e do PR.

Com isso, possivelmente bateria o recorde de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que em 1998 foi dono de 47% do tempo de TV em sua campanha à reeleição.


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