Folha de S. Paulo


Protesto reúne 15 mil pessoas, fecha comércio e bloqueia ruas em SP

Um protesto de movimentos por moradia reúne em torno de 15 mil pessoas na noite desta quinta-feira na região de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo. Apesar da chuva que atinge o local, o ato provocou lotações em estações de metrô da região e fez com que comércios do entorno do largo da Batata fechassem mais cedo. Apesar disso, ele aconteceu de forma pacífica.

Veja como foi a manifestação desta quinta

A estimativa de 15 mil pessoas foi apontada pela Polícia Militar após o término do ato. Os manifestantes, porém, apontam que esse número pode ter chegado a 20 mil. A "Tropa do Braço", da Polícia Militar, acompanhou o ato, que terminou sem ocorrências. Essa tropa é designada para conter manifestantes sem fazer uso de armas, e já foi utilizada em outras manifestações.

Os manifestantes se reuniram no largo da Batata por volta das 17h e cerca de uma hora depois eles iniciaram a passeata que passará pela avenida Faria Lima, pela Cidade Jardim, até a ponte Estaiada. Por volta das 18h20, a Faria Lima estava bloqueada no sentido Pinheiros.

Para chegar ao local, os manifestantes lotaram estações de metrô como a Pinheiros e República. Já no largo da Batata, muitos comerciantes preferiram fechar as portas por conta da grande quantidade de pessoas. Os grupos fizeram no local, bandeiras e faixas com as reivindicações.

"Hoje é nosso terceiro ato. Queremos trazer a Copa para os trabalhadores. Empresários e a Fifa tiveram seu pedaço do bolo. O trabalhador agora quer a sua fatia do bolo", afirmou Guilherme Boulos, coordenador do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto). Ele afirmou que a situação da invasão "Copa do Povo", na região do Itaquerão, deve ser resolvida em audiência nesta sexta-feira (23).

Na noite da última quarta-feira (21), houve ma reunião com a direção da construtora Viver, dona da área invadida. Segundo Boulos, a construtora se mostrou favorável a uma "solução pacífica". Ele afirmou, porém, que sem garantias de moradia Pas famílias que estão acampadas no local, haverá resistência.

"Se a opção da construtora e dos governos for tratar a questão como um caso de polícia e buscar garantir posse sem nada para as famílias, vai haver resistência. Se querem produzir uma Copa com sangue, essa é a oportunidade que eles têm", concluiu Boulos.

Cada coordenador de ocupações é responsável por seu grupo. Líder da Ocupação Dona Déda, no Campo Limpo, Clayton Veloso, 33, chamou as pessoas de seu grupo para explicar como agir para evitar acidentes ou violência. "Todas as ocupações se concentram para ir ao final da marcha. Como a gente chegou agora, estou pedindo para que eles sigam mais atrás", explicou.

O ato desta quinta-feira foi baseado na ideia "Hexa dos direitos", em alusão ao sexto título que a seleção brasileira busca. E reivindica moradia, transporte, saúde, educação de qualidade, entre outros. Também pedem "soberania na Copa".

Logo no início da marcha, a reportagem viu um homem ser agredido por manifestantes, após tentar tirar a bandeira de um movimento. Uma mulher também passou mal e teve que ser atendida pelos bombeiros.


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