Folha de S. Paulo


PT e Dilma atacam oposição em programa na televisão

Em seu programa nacional levado à TV na noite desta quinta-feira (15), o PT apresentou a reeleição da presidente Dilma Rousseff como a única saída entre "a volta ao passado" e "um salto no escuro", em referência indireta a seus principais adversários na corrida pelo Palácio do Planalto, Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB).

O programa mesclou um tom otimista em defesa das realizações do governo petista e ataques veleados aos concorrentes de Dilma. Em uma de suas falas, a presidente assegurou que combaterá a corrupção e terá "mão firme" para controlar a inflação.

"Posso assegurar que meu governo será sempre o governo do crescimento com estabilidade, equilíbrio fiscal, combate à corrupção, mão firme para combater a inflação, sem que isso prejudique o salário do trabalhador".

O ex-presidente Lula apareceu por duas vezes no programa, em imagens gravadas durante o encontro nacional do PT, na semana passada.

No momento mais forte de sua fala, também defendeu o combate à corrupção, e o resgate do discurso ético do PT.

"Se alguém dentre nós cometeu um erro tem que pagar pelo erro que cometeu. Nós fundamos esse partido para ser diferente de tudo, fazer política com 'P' maiúsculo."

O programa classificou o pessimismo da oposição como "cortina de fumaça para trazer o passado de volta".

O presidente do PT, Rui Falcão, foi quem assumiu a crítica mais direta aos adversários e reforçou a ideia do ex-presidente Lula sobre uma refundação do partido quando falou em "um corpo novo numa alma velha".

Além disso, Falcão retomou a defesa de uma constituinte exclusiva para a reforma política, ideia lançada por Dilma após os primeiros protestos de junho de 2013, mas que não prosperou.

O partido assumiu na TV um discurso de que é capaz de promover mudanças, mesmo estando há doze anos no poder. Ao final da propaganda, exibiu um grupo de jovens dizendo que "Dilma e o PT nunca abriram mão de fazer mudanças, nunca deixaram de defender os mais pobres e a classe média".

A temática do medo perpassou durante toda a propaganda, com frases como a que não se pode "dar ouvido para falsas promessas" e "o Brasil não pode voltar para trás".

"Mudar o Brasil é acelerar as mudanças. Mudar não é fácil", disse Dilma, ressaltando que "todo governo de mudança enfrenta obstáculos".

O programa mostrou ainda Lula fazendo um balanço de seu legado. "Este é o país que nós temos que fazer a comparação: o país em que a renda cresceu 52%, duas vezes mais que o PIB".

Após a fala do ex-presidente, o locutor afirmou que "não basta crescer no mundo dos economistas. É preciso crescer na vida das pessoas".

A propaganda petista buscou ainda capitalizar obras e projetos do governo federal que serão as vitrines da campanha à reeleição da presidente Dilma, como o Minha Casa Minha Vida, o Mais Médicos e o Pronatec.

Numa resposta ao programa, o pré-candidato do PSDB à Presidência, senador Aécio Neves (MG) disse que não do "passado que os brasileiros têm medo, mas do futuro" com a continuidade da sigla no governo.

Mais cedo, Aécio já havia afirmado que as inserções exibidas pelos petistas na última semana era "terrorismo".

"Ao contrário do que quis mostrar o PT em seu programa, o que de verdade está assustando os brasileiros são os fantasmas do presente", disse o tucano em nota. "Fantasma da inflação, da falta de crescimento, da falta de comando e rumo do país. Não é do passado que os brasileiros têm medo, mas do futuro com o PT no governo", concluiu.


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