Folha de S. Paulo


Polícia Militar de Pernambuco decide manter greve

Policiais militares e bombeiros de Pernambuco decidiram na noite desta quarta-feira (14), após reunião com representantes do governo e da Assembleia Legislativa, manter a greve iniciada ontem.

Uma comitiva formada por deputados, pelo presidente da Assembleia, Guilherme Uchôa (PDT), e o líder do governo na Casa, Waldermar Borges (PSB), conseguiu convencer o comando grevista a aceitar uma contraproposta que contemplava apenas 3 dos 18 itens da pauta de reivindicação, mas que acabou sendo recusada em assembleia dos grevistas realizada no início da noite.

O ponto crucial para que movimento grevista continuasse foi a negativa em conceder o aumento de 30% e 50%, respectivamente, para soldados e oficiais.

"Mesmo que quisesse, a legislação eleitoral proíbe a concessão de aumentos num prazo inferior a seis meses antes da eleição. Estamos de mãos atadas", afirmou o deputado estadual Waldemar Borges.

As pautas atendidas contemplavam o aumento do vale-refeição, apelidado pela tropa de "vale coxinha", de R$ 152 para R$ 500, o cumprimento da lei de promoção das funções de soldado para cabo e desse para sargento, a reestruturação do sistema de saúde destinado aos militares no Estado e a adição da gratificação de insalubridade ao soldo, evitando a perda salarial na aposentadoria.

Durante todo o dia, os parlamentares receberam o comando de greve na Assembleia Legislativa de Pernambuco, a poucos metros de distância de onde os grevistas estavam reunidos, em frente à sede do governo, o Palácio do Campo das Princesas.

Um dos líderes do movimento, o soldado Albérrisson, deixou a última reunião satisfeito com a negociação e resignado com o impedimento legal para o aumento de salários. Mas, em cima do carro de som, não conseguiu convencer a tropa grevista, que cantava "A polícia parou, a polícia parou-ô!".

Álvaro Filho/Folhapress
Quiosque da PM fechado no Marco Zero do Recife devido à greve dos policiais militares
Quiosque da PM fechado no Marco Zero do Recife devido à greve dos policiais militares

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