Folha de S. Paulo


Caseiro preso sob suspeita da morte de Malhães está deprimido, diz defensora

A defensora pública Raquel Ayres visitou na quarta-feira (7) o caseiro do coronel reformado Paulo Malhães, Rogério Pires, 27. Ela esteve na Divisão Antissequestros, no Leblon, zona sul do Rio, e constatou que Pires está deprimido.

Preso desde o dia 29, o caseiro, acusado de participação no assalto que resultou na morte do coronel, ainda não tinha advogado. Em depoimento à Comissão da Verdade, Malhães havia confessado participação em crimes de tortura, assassinato e ocultação de cadáver de presos políticos durante a ditadura militar (1964-1985).

"Foi nosso primeiro contato, e ele negou peremptoriamente participação no roubo e na morte de Malhães", disse. Nesta quinta-feira (8), ela conversou com o delegado assistente Willian Júnior, e solicitou o inquérito policial, mas foi informada de que o processo completo foi encaminhado ao Ministério Público do Rio. "Assim que retornar, terei acesso ao documento", disse.

A defensora explicou que somente depois de analisar o inquérito traçará a estratégia quanto à defesa de Pires. "Além do inquérito, também estou aguardando o laudo pericial", frisou, acrescentando que o documento é muito importante para as partes.

Na terça-feira (6), Rogério Pires negou ter confessado à polícia e de ter participado do crime. No mesmo dia, a Polícia Civil do Rio negou a versão que o caseiro deu para senadores da Comissão de Direitos Humanos, no Rio.

Antonio Scorza/Agência O Globo
O caseiro Rogério Pires, suspeito da morte de Paulo Malhães
O caseiro Rogério Pires, suspeito da morte de Paulo Malhães

MORTE

No dia 25 de abril, Malhães foi encontrado morto com sinais de asfixia, num dos cômodos de seu sítio, em Nova Iguaçu (RJ). Na ação dos criminosos, a mulher do militar e o próprio caseiro foram amarrados em quartos distintos, após a invasão da casa.


Endereço da página:

Links no texto: