Folha de S. Paulo


Investigado por elo com Youssef, Luiz Argôlo assinará hoje ação contra ele

O deputado Luiz Argôlo (SDD-BA) é esperado em Brasília ainda hoje para assinar a notificação sobre o processo que pede apuração da suposta relação dele com o doleiro Alberto Youssef, pivô da Operação Lava Jato.

O corregedor da Casa, deputado Átila Lins (PSD-AM), afirmou nesta quarta-feira (7) que desde a semana passada está tentando localizar o deputado, sem sucesso. De acordo com o regimento, a Corregedoria deve tentar notificá-lo por três vezes e se não conseguir, pode publicar um edital com a informação no "Diário Oficial" da Câmara.

O pedido de investigação foi feito à Corregedoria da Câmara pelo líder do PPS, Rubens Bueno (PR). Ontem, ele questionou o sumiço do colega. "Se ele não deve, o momento é de imediato se defender. Quando alguém se esconde de ser notificado ou não dá a sua devida defesa é porque algo mais grave está acontecendo", disse.

De acordo com sua assessoria, Argôlo tinha compromissos marcados na Bahia e por isso ainda não havia viajado à Brasília. Ele irá à capital ainda hoje apenas para assinar a notificação. Ele terá cinco dias úteis para apresentar a sua defesa no órgão.

Segundo a assessoria, ele não deve falar em público e irá se pronunciar apenas na corregedoria, onde ele deve apresentar os contrapontos às denúncias publicadas mostrando o envolvimento dele com Youssef.

Reprodução/Facebook Luiz Argôlo
O deputado Luiz Argôlo (SDD-BA) é suspeito de ter envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, pivô da Operação Lava Jato
O deputado Luiz Argôlo (SDD-BA) é suspeito de ter envolvimento com o doleiro Alberto Youssef

Ontem, Átila Lins afirmou que irá priorizar este processo porque considera o caso grave. "Não posso fazer nenhum prejulgamento mas os indícios são muito fortes sobre o envolvimento dele com o doleiro", disse.

Depois disso, o corregedor deverá elaborar um parecer sobre o caso indicando se a Casa deve prosseguir com a investigação no Conselho de Ética. Caberá ao presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), decidir se enviará o processo ao conselho.

Além da representação na Corregedoria, Argôlo deverá responder a um processo por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Casa. O Psol apresentará uma representação no órgão ainda esta semana. A informação foi confirmada pelo deputado Chico Alencar (RJ).

Para ele, as denúncias são graves e merecem ser investigadas diretamente no colegiado que, se aceitar o pedido de investigação, pode pedir, entre outras punições, a cassação do mandato de Argôlo. Ontem, Argôlo conversou com deputados do Solidariedade e argumentou que é inocente. A executiva do partido deve decidir nos próximos dias sobre a sua expulsão da sigla.

Ontem, a Folha revelou que relatório da Polícia Federal interceptou mensagens de texto indicando que o deputado pediu dinheiro ao doleiro para pagar gado em seu Estado, na Bahia.

No mês passado, a revista "Veja" publicou que Argôlo pedira R$ 120 mil para Youssef, que transferiu para o chefe de gabinete do deputado. Segundo a revista, Argôlo nega que o ''LA'' do relatório policial seja ele.


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