Folha de S. Paulo


Ex-secretário de Alckmin, Bruno Covas vai presidir CPI dos Pedágios

O deputado estadual Bruno Covas (PSDB) foi eleito nesta terça-feira (6) presidente da CPI dos Pedágios, criada para apurar eventuais irregularidades nas tarifas cobradas pelas concessionárias nas rodovias paulistas.

O ex-secretário estadual do Meio Ambiente, que deixou o governo estadual no início de abril, teve 5 dos 9 votos dos integrantes da comissão parlamentar.

O deputado estadual Antônio Mentor (PT), que é o proponente e que foi eleito vice-presidente da CPI dos Pedágios, recebeu três votos, entre eles o de Aldo Demarchi (DEM), membro da base aliada ao governo de Geraldo Alckmin.

O deputado estadual Campos Machado (PTB), que como membro mais velho abriu a reunião de instalação da comissão de inquérito, não votou. A primeira reunião ficou marcada para a quarta-feira da semana que vem.

Na primeira decisão como presidente, Bruno Covas indicou o também ex-secretário estadual Davi Zaia (PPS) como relator da CPI dos Pedágios. As escolhas foram criticadas durante a reunião por membros da oposição, que são minoria na comissão de inquérito.

Segundo o deputado estadual Gerson Bittencourt (PT), a base aliada quebra a tradição da Assembleia Legislativa ao não indicar o proponente da comissão de inquérito para a sua presidência.

"A tradição foi quebrada e de maneira equivocada. Eu penso que a bancada governista poderia ter indicado outro nome. Essa não é uma atitude que ajudará os trabalhos da comissão", afirmou.

O parlamentar petista criticou ainda a escolha para a presidência do deputado estadual Bruno Covas, neto do ex-governador Mário Covas, do PSDB. Os contratos de pedágio firmados na administração do tucano também devem ser alvo de investigação da comissão de inquérito.

"O senhor é neto do ex-governador. Ex-governador que, na minha opinião, não precisa de um defensor. Ele era uma pessoa íntegra e a bancada poderia ter indicado outro nome", criticou. "E a relatoria fica também para o mesmo grupo que sustenta o governo estadual", acrescentou.

Além de Bruno Covas e Davi Zaia, a base aliada indicou para a comissão parlamentar o ex-secretário Edson Giriboni (PV) e o líder do PSDB na Assembleia Legislativa, Cauê Macris. O quarteto foi apelidado pela oposição de "tropa de choque" do governador.

A CPI dos Pedágios tem um prazo regimental de 120 dias e pode ser prorrogada por mais 60 dias. Ela foi criada no início de abril e proposta em 2011, com assinaturas inclusive de integrantes de partidos como DEM, PV e PSB, que integram a base do governo.

Como só podem funcionar cinco CPIs ao mesmo tempo na Assembleia de São Paulo, e elas são instaladas por ordem cronológica, a base governista protocolou diversos pedidos no início do atual mandato legislativo para congestionar a espera e evitar que comissões incômodas ao governador, como a dos Pedágios, fossem instaladas.


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