Folha de S. Paulo


Em vídeo dentro da cadeia, Dirceu reclama de regime fechado

"Nós nunca questionamos o regime carcerário. O meu problema é o regime prisional, regime fechado", queixou-se na tarde desta terça-feria (29) o ex-ministro José Dirceu a deputados que foram checar as suas condições de prisão no presídio da Papuda, em Brasília.

A Folha obteve com exclusividade um curto vídeo com as primeiras imagens do ex-ministro desde que ele foi preso em 15 de novembro do ano passado por sua condenação no esquema do mensalão.

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Dirceu repete aos presentes a queixa de sua defesa, de que está cumprindo um regime fechado de cadeia, uma vez que o Supremo Tribunal Federal ainda não analisou o seu pedido para trabalhar em um escritório de advocacia.

Como cumpre a pena em regime semiaberto, de 7 anos e 11 meses, Dirceu tem direito a solicitar o pedido –que pode ou não ser aceito. Ele é o único condenado do mensalão ao regime semi-aberto que ainda não teve sua resposta.

"A rigor, sábado e domingo, saio [para tomar sol] duas horas aqui. Durante a semana, eu saio sete horas. Na verdade, não é semiaberto, eu não tenho a classificação para trabalhar", disse. Ele se queixou que em alguns casos ele só pode sair para o pátio às 17h, pouco antes de escurecer.

No vídeo, Dirceu usa o uniforme branco típico dos detentos da Papuda. Ele não aparenta estar mais magro ou mais gordo do que à época de sua prisão, e fala pausadamente, entrecortado por explicações de um funcionário da cadeia à comitiva.

O grupo está em uma cela vazia, cujos detentos estão fora. Em um dado momento, Dirceu interrompe o funcionário e diz: "Ó lá a goteira".

Dirceu também relata ao grupo que está fazendo cursos de direito do consumidor, direito da família e direito constitucional, e que deverá fazer outros, como de direito penal e civil. Ao estudar na cadeia, são descontados dias de sua pena.


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