Folha de S. Paulo


Vargas diz que é vítima de 'massacre midiático'

Após se licenciar da Câmara dos Deputados, o deputado André Vargas (PT-PR) divulgará carta na tarde desta segunda-feira (7) dizendo que pretende "preservar a instituição da qual faz parte" e que prepara sua defesa diante do "massacre midiático que está sofrendo, fruto de vazamento ilegal de informações".

"Importante ressaltar que André Vargas não é alvo de nenhuma investigação e não foi comunicado oficialmente acerca dos temas tratados pela imprensa", diz trecho da nota que será divulgada.

Acusado de envolvimento com o doleiro preso Alberto Youssef, no período Vargas não receberá o salário de R$ 26.723,13, além de benefícios. Ele também não receberá a verba indenizatória paga aos congressistas e terá que exonerar todos os servidores do seu gabinete, que permanecerá fechado no período de afastamento.

Pedro Ladeira/Sérgio Lima/Folhapress
O vice-presidente da Câmara, André Vargas (PT-PT), e o doleiro Alberto Youssef
O vice-presidente da Câmara, André Vargas (PT-PT), e o doleiro Alberto Youssef

Na semana passada, a Folha revelou que o petista trocou mensagens com o doleiro Alberto Youssef, preso no último dia 17 sob acusação de lavagem de dinheiro, remessa ilegal de dólar e financiamento ao tráfico de drogas. Nas conversas, os dois combinaram o empréstimo de um jatinho para o deputado viajar com a família e conversaram sobre a negociação de um laboratório com o Ministério da Saúde.

O líder do PT na Câmara, deputado Vicentinho (SP), afirmou na tarde desta segunda-feira que o partido apoia a decisão de Vargas de se afastar do mandato e que a sua atitude representa um "zelo" pela Câmara e pela bancada do PT. "Do ponto de vista da nossa bancada, do nosso partido, cabe a nós respeitar a decisão dele, nós apoiamos a decisão que ele toma, já é um processo em curso, ele terá, portanto, sem dúvida, a oportunidade para a defesa. O que nós esperamos é que ele se defenda e que a verdade seja a grande vencedora nessa história", afirmou.

De acordo com Vicentinho, a bancada não está discutindo a possibilidade de Vargas renunciar ao mandato. No entanto, nos bastidores, alguns congressistas já defendem que Vargas deixe a Câmara.

Leia a íntegra da nota:

O deputado André Vargas solicitou nesta tarde à Mesa da Câmara uma licença de 60 dias, sem remuneração, a contar da data de hoje.

Com a licença, ele pretende, antes de tudo, preservar a instituição da qual faz parte, a Câmara dos Deputados, enquanto prepara sua defesa diante do massacre midiático que está sofrendo, fruto de vazamento ilegal de informações.

Importante ressaltar que André Vargas não é alvo de nenhuma investigação e não foi comunicado oficialmente acerca dos temas tratados pela imprensa.

A licença não interrompe prazos nem suspende quaisquer procedimentos que possam ser instaurados pela Câmara dos Deputados. O deputado segue à disposição dos órgãos competentes para prestar quaisquer esclarecimentos que se façam necessários.

O deputado reafirma seu compromisso com sua história política e sua luta em defesa do povo paranaense e do Brasil, sempre.


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