Folha de S. Paulo


Papa Francisco declara hoje santo o padre José de Anchieta

O papa Francisco deve assinar na manhã de hoje o decreto que declara santo o padre José de Anchieta.

A cerimônia, prevista para as 6h (horário de Brasília), encerra um longo processos de canonização do Vaticano, iniciado em 1597, logo após a morte do jesuíta nascido nas Ilhas Canárias.

Anchieta veio para o Brasil em 1553 e participou da fundação do Colégio de São Paulo de Piratininga, berço da capital paulista.

A assinatura do decreto de canonização estava prevista para ontem, mas foi adiada em razão da agenda do papa, segundo o arcebispo de São Paulo, d. Odilo Scherer.

"Como não será um ato público, [o adiamento] não cria grandes consequências. Não é de agora que Anchieta vai virar santo. O que conta é a vida santa", afirmou Scherer em entrevista coletiva.

Por isso, eventos comemorativos da canonização marcados para ontem na capital paulista foram mantidos.

Os sinos da catedral da Sé e do Pátio do Colégio soaram às 14h e, no início da noite, dom Odilo celebrou missas nas duas igrejas.

O jesuíta José de Anchieta será o terceiro santo do país. Também receberam o título Madre Paulina (nascida na Itália), em 2002, e Frei Galvão, em 2007.

Segundo o arcebispo de São Paulo, a demora no processo de Anchieta decorreu da difamação sofrida pelos padres jesuítas no século 18, o que levou à expulsão da ordem do Brasil em 1759.

Outro entrave para o processo era a falta da comprovação de milagres.

Tradicionalmente, para a canonização, é preciso provar culto antigo ao postulante, a sua fé católica incontestável em vida exemplar além de dois milagres –um para a beatificação e outro para a canonização.

O milagre porém foi dispensado pelo papa Francisco –João Paulo 2º fez o mesmo quando confirmou a beatificação de Anchieta.

"Milagre não é o mais importante. Não é o santo quem faz o milagre, é Deus, por intercessão do homem", disse Scherer ontem.

A concessão do título de santo sem a comprovação de milagres não é inédita. O papa Francisco fez o mesmo ao canonizar o padre Pierre Favre.

Editoria de Arte/Folhapress

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