Folha de S. Paulo


Bibliotecas têm relatos sobre a história do Brasil

No alto do campus da Universidade do Texas, em Austin, exatos 217 passos separam duas das bibliotecas que guardam no exterior alguns dos mais preciosos relatos da história recente do Brasil.

De um lado está a Biblioteca Lyndon Johnson, nome do ocupante da Casa Branca quando João Goulart foi deposto (uma das pérolas guardada ali é o relatório da Operação Brother Sam, com a participação americana no episódio).

De outro, a Nettie Lee Benson, da Universidade do Texas, inteiramente dedicada à história da América Latina. Lá estão os arquivos do historiador John W. Foster Dulles, um dos americanos a se aventurar na história do Brasil.

Os papéis reunidos por Dulles abrangem um período que vai de 1920 a 1979. Incluem cartas, documentos e, sobretudo, a descrição de entrevistas que realizou com centenas de personagens do golpe de 1964. A maior parte do material foi usada nos livros que escreveu sobre o Brasil e alguns de seus personagens políticos.

"Era um homem riquíssimo, de uma família com grande prestígio diplomático", diz o professor José Carlos Sebe, autor de "A Colônia Brasilianista", sobre os acadêmicos estrangeiros que se dedicaram ao Brasil.

"Mas ele não se enquadra no conceito clássico do brasilianista. Ele nunca foi aceito no mundo acadêmico dos EUA. Ele fez um trabalho por fora, demonstrando que sua grande especialidade era ser anticomunista", afirmou.


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