Um dia após o aniversário dos 50 anos do golpe militar, movimentos sociais e centrais sindicais realizaram nesta terça-feira (1º) uma manifestação na região central de São Paulo em repúdio à violência policial e aos projetos de lei antiterrorismo, em tramitação no Congresso Nacional e que procuram tipificar o crime de terrorismo.
Ao todo, segundo estimativas da Polícia Militar, participaram do protesto cerca de 900 pessoas, que ocuparam por três horas uma das pistas da avenida Paulista, sentido rua da Consolação. O protesto foi acompanhado por forças policiais e foi pacífico.
Os manifestantes, a maioria deles com camisetas vermelhas de movimentos sociais, carregavam cartazes contra a violência policial em protestos de rua e fotos de vítimas da ditadura. Eles levavam três caixões feitos de papelão que lembravam também brasileiros mortos durante o regime militar.
Protesto contra a ditadura em SP
O protesto teve início na Estação Paraíso do Metrô de São Paulo, Linha 1- Azul, e se dirigiu até o gabinete da Presidência da República em São Paulo, próximo à rua Augusta.
Na sede estadual do governo federal, os manifestantes protocolaram uma petição com um série de reivindicações, como o abandono do uso de armas letais por forças policiais e a não intervenção no trabalho jornalístico durante manifestações de rua, o uso de identificação e a punição aos policiais envolvidos em agressões durante os protestos, entre outras coisas.
O documento foi protocolado também na sede do Ministério Público Federal em São Paulo.
Participaram do ato representantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra), MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto), CUT (Central Única dos Trabalhadores), MPL (Movimento Passe Livre), entre outros.
"Na maioria dos atos que fazemos, eles (governos estadual e federal) tentam combater os manifestantes com o uso de força policial. Não é diferente do que ocorreu na ditadura militar", criticou Joaquim Modesto Silva, da direção estadual do MST em São Paulo.