Folha de S. Paulo


Militares fazem missa pró-ditadura e criticam Comissão da Verdade

Um pequeno grupo de militares da reserva promoveu uma missa na noite desta segunda-feira (31), em Brasília, em homenagem aos mortos durante a luta armada da ditadura militar (1964-1985).

Em discurso, eles exaltaram o regime militar e criticaram a Comissão Nacional da Verdade, classificada por eles de "vendeta". Cerca de 30 pessoas compareceram à missa, realizada em uma igreja na Asa Sul e organizada pelo Ternuma (Grupo Terrorismo Nunca Mais), que se define como "um punhado de democratas civis e militares".

"Nas duas décadas que se seguiram ao 31 de março de 1964, graças às bênçãos de Deus, às asas da liberdade mantidas abertas sobre nós e ao potencial de cada brasileiro, houve progresso, crescimento, bem-estar social, segurança, pleno emprego e um milagre brasileiro, que nos permite, apesar de todos os erros, enganos e malfeitos, figurar até hoje entre as dez maiores economias do mundo", discursou o general Paulo Chagas, no início da missa.

Após afirmar que "o fracasso de uma minoria iludida e fanatizada" provocou "uma luta armada", o general finalizou: "Aqui viemos hoje para reafirmar que os ideais que há 50 anos levaram às ruas as famílias com Deus pela liberdade e as tropas militares para colocar fim à baderna, ao desmando, ainda habitam os corações e as mentes dos homens e mulheres desta terra".

A missa teve duração de cerca de uma hora e meia e incluiu leituras do Evangelho e cânticos. Depois foi realizado um coquetel.


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