Folha de S. Paulo


Aprovação do governo Dilma cai de 43% para 36%, aponta pesquisa

A popularidade da presidente Dilma Rousseff caiu no mês de março em comparação a novembro de 2013, aponta pesquisa CNI/Ibope divulgada nesta quinta-feira (27).

O percentual da população que avalia o governo Dilma como ótimo ou bom caiu 7 pontos percentuais, passando de 43% para 36%. Já o percentual de pessoas que confiam na presidente teve uma pequena redução de quatro pontos percentuais, indo de 52% para 48%.

Já em relação a forma com que a presidente Dilma governa caiu de 56% para 51%. Com a queda, a presidente interrompe um ciclo de recuperação da popularidade, que vinha tendo desde setembro do ano passado.

A pesquisa CNI/Ibope foi realizada entre os dias 14 e 17 deste mês e entrevistou 2.002 pessoas em 141 municípios no país. O levantamento, primeiro realizado em 2014, focou na avaliação dos brasileiros sobre o desempenho do governo federal e a atuação de Dilma. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos. A pesquisa foi registrada no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) sob o número BR-00053/2014.

Todos os indicadores medidos pela pesquisa registraram redução. Segundo a pesquisa, os entrevistados demonstraram um descontentamento maior com relação às políticas econômicas, principalmente em relação à inflação e ao desemprego.

O resultado foi puxado principalmente pelas pessoas que moram em municípios pequenos, com até 20 mil habitantes. Segundo a pesquisa, Dilma também perdeu mais popularidade entre os jovens de 16 a 24 anos e entre os eleitores com renda familiar mais alta, que recebem mais de cinco salários mínimos, e os residentes no interior.

A queda nos indicadores também fez elevar o percentual da população que considera o governo Dilma pior do que o governo Lula. passando de 34% para 42%. Já o registro das pessoas que consideram Dilma melhor não oscilou dentro da margem de erro e teve uma leve queda de 14% para 11%.

Das nove áreas de atuação do governo avaliadas, a presidente teve queda na aprovação em todas elas, sendo que o percentual dos que aprovam as ações governamentais não supera o percentual dos que as desaprovam. A área econômica é a que teve a maior rejeição.

Na educação, houve um aumento de 7 pontos percentuais entre os que desaprovam a área, passando de 58% para 65%. Mesmo com o programa Mais Médicos, a saúde também teve aumento dentre os que a desaprovam, com 77% da população, ante 72% registrado anteriormente. Já na segurança, o governo registra 76% de desaprovação, ante 70% registrado na última pesquisa.

Na área econômica, o governo tem um índice de desaprovação acima dos 70% nas questões relativas a impostos (77%), combate à inflação (71%) e taxa de juros (73%). A única área que não teve alteração significativa foi a de combate à fome e à pobreza, que se manteve no patamar de 49% de desaprovação.

Para 15% da população, o noticiário é mais favorável ao governo. As notícias mais citadas pelos entrevistados foram sobre: obras para a Copa do Mundo, manifestações pelo país e contra a corrupção. a absolvição dos réus do mensalão no crime de formação de quadrilha, viagens de Dilma e violência e vandalismo durante manifestações de rua.

Editoria de Arte/Folhapress

DATAFOLHA

A estabilidade da popularidade de Dilma também foi atestada na última pesquisa Datafolha, realizada em 19 e 20 de fevereiro. A aprovação de seu governo continuava com os mesmos 41% de novembro. O levantamento do Datafolha também constatou que a presidente seria reeleita no primeiro turno, tanto no cenário em que disputa contra Aécio e Campos quanto no cenário em que disputa contra o tucano e Marina.

A pesquisa mostrou também que Dilma desfrutava de uma ampla aprovação para seu governo até a metade do ano passado. Em março, segundo o Datafolha, 65% consideravam sua administração boa ou ótima. No início de junho, a taxa caiu para 57%. Em seguida, despencou para 30% no final daquele mês, na esteira de protestos de rua no país. A presidente começou então uma recuperação lenta e gradual. Chegou a 41% no final de novembro, última pesquisa do Datafolha em 2013.

Há, entretanto, uma diferença. O percentual dos que consideram seu governo ruim ou péssimo foi de 17% para 21%. E a taxa dos que achavam a gestão regular desceu de 40% para 37%. Ou seja, a estabilidade da aprovação de Dilma não é completa.


Endereço da página:

Links no texto: