Quatro pessoas foram detidas na tarde deste sábado (22), em São Paulo, durante a Marcha da Família com Deus. Segundo a Polícia Militar, 700 pessoas compareceram ao evento, que percorreu o centro da cidade, entre as praças da República e da Sé.
Os organizadores discursaram exaltando os militares e criticando, sobretudo, os governos do PT. Também havia cartazes contra o governo paulista, do PSDB. Muitos participantes carregavam a bandeira do Brasil e cartazes de apoio à Polícia Militar e contra o comunismo. No trio elétrico dos organizadores, no qual uma estátua de Nossa Senhora de Fátima foi exibida, uma faixa dizia "FFAA [Forças Armadas] já".
Houve pequenas confusões. Uma jovem contrária ao ato foi hostilizada pelos manifestantes e acabou retirada pela polícia. Dois jovens vestidos com roupas femininas e carregando faixas com dizeres como "Marcha (praticamente) da Família" foram expulsos pelos manifestantes. Um PM e um dos detidos ficaram feridos.
Os manifestantes não se cruzaram com os de um segundo evento, a Marcha Antigolpista Ditadura Nunca Mais -convocada justamente em resposta à Marcha da Família. Cerca de 800 pessoas estiveram neste ato, segundo a PM. Uma pessoa foi detida.
Entre os manifestantes, em sua maioria ligados a partidos de esquerda e sindicatos, havia alguns mascarados. Do carro de som vinham discursos contra a ditadura e a PM. O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) discursou por cerca de cinco minutos e cantou "Pra Não Dizer que Não Falei das Flores", de Geraldo Vandré. As duas marchas foram seguidas por 900 policiais.
RIO
No Rio, 150 pessoas participaram da Marcha da Família com Deus. Ao final da caminhada, manifestantes se encontraram com um grupo de cerca de 50 pessoas ligadas a movimentos sociais, críticos à marcha.
A PM montou um cordão de isolamento e os grupos trocaram xingamentos entre si. Um manifestante furou o bloqueio e avançou contra os críticos, começando uma briga. Policiais contiveram a confusão.