Folha de S. Paulo


Presidente do PT-RJ afirma que líder do PMDB comanda 'bocão'

O presidente do PT do Rio, Washington Quaquá, criticou nessa quarta-feira (5) o líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. Ele disse que a sigla não pode ser "chantageada" pelo parlamentar, que defendeu o rompimento da aliança em torno da candidatura da presidente Dilma Rousseff.

Quaquá disse ainda que Cunha e o presidente do PMDB-RJ, Jorge Picciani, fazem parte da "banda podre" do PMDB.

"Tenho maior respeito à história do PMDB, que tem importância na estabilidade política do Brasil. Mas não vamos ser chantageados por um cidadão bocudo como Eduardo Cunha. Já ouvi declarações do [presidente do PMDB, Valdir] Raupp, do [vice-presidente] Michel Temer dizendo que a aliança tem maioria da convenção. Nem o PMDB, que tem uma história no Brasil, nem o PT podem virar refém de gente como Eduardo Cunha", disse Quaquá.

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O presidente do PT do Rio, Washington Quaquá, coordena a pré-campanha de Lindbergh Farias ao governo
O presidente do PT do Rio, Washington Quaquá, coordena a pré-campanha de Lindbergh Farias ao governo

A guerra verbal entre lideranças do PMDB e PT começou após o jornal "O Dia" informar que o presidente do PT Nacional, Rui Falcão, atribuiu a ameaça de Picciani em apoiar o senador Aécio Neves (PSDB) aos pedidos de cargo pelos peemedebista ao governo federal. O PMDB do Rio pressiona o PT a não lançar o senador Lindbergh Farias (PT) candidato ao governo do Rio.

Em resposta, Cunha defendeu que o PMDB antecipe sua convenção e não apoie a reeleição da presidente. Segundo o líder do PMDB na Câmara, a sigla "não é respeitada pelo PT". Picciani, por sua vez, chamou Falcão de "vagabundo".

Quaquá disse que o PMDB "não está acostumado com o novo PT do Rio". Ele assumiu a Direção Estadual em novembro.

"Eles estavam acostumados com o PT do Rio que ficava orbitando em torno dos cargos do governo. Não se acostumaram com o novo PT do Rio, que de fato tem ojeriza a esse tipo de gente, a banda podre do PMDB".

O presidente do PT-RJ disse que Cunha lidera um "bocão [na Câmara], com gente acostumada a chantagear os governos". A declaração faz referência ao chamado "blocão", articulado pelo peemedebista que reúne partidos da base governistas insatisfeitos com a interlocução dos deputados com o governo federal.

Apesar da guerra verbal com líderes do PMDB-RJ, o petista, que coordena a pré-campanha de Lindbergh, disse que a sigla respeita o governador Sérgio Cabral e o vice Luiz Fernando Pezão, pré-candidato do PMDB no Rio. "Vamos fazer uma campanha respeitosa".


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