Três dos maiores veículos de comunicação do país se uniram para apresentar aos principais pré-candidatos à Presidência uma agenda de debates e sabatinas na TV e na internet.
A Folha, o portal UOL –ambos do Grupo Folha– e o SBT fizeram na manhã desta quarta-feira (26) uma reunião com representantes do PT, partido da presidente Dilma Rousseff, do PSDB, sigla do senador Aécio Neves (MG); e do PSB, do governador Eduardo Campos (PE).
O calendário proposto prevê a realização de sabatinas nos dias 5,12 e 19 de maio, um debate televisivo no SBT, dia 1º de setembro, um debate transmitido pelo portal UOL, no dia 8 de setembro, e entrevistas com cada candidato no telejornal SBT Brasil, entre os dias 15 e 19 de setembro.
Os outros partidos que entrarem na corrida presidencial também serão chamados para tratar da cobertura jornalística da disputa.
"Três veículos de grande porte estão atuando juntos numa parceria que consolida um polo forte na cobertura das eleições", avalia Marcelo Parada, diretor de jornalismo do SBT. "Com o peso e a penetração desses grupos milhões de brasileiros terão acesso a um conteúdo diferenciado, que vai ajudá-los a decidir em quem votar", afirma Vinicius Mota, secretário de Redação da Folha.
Uma nova reunião foi marcada para março. O secretário de comunicação do PT, vereador José Américo, disse que a equipe da campanha de Dilma tratará do assunto após o Carnaval. Não houve até agora acerto do partido com qualquer emissora ou veículo de imprensa sobre debates.
INOVAÇÃO
Além de uma cobertura integrada, a agenda prevê inovações no formato dos debates. Folha, UOL e SBT propuseram uma mudança às campanhas. Em vez de apresentar perguntas e respostas dentro de um tempo preestabelecido, com interrupção da fala sempre que a contagem termina, cada candidato teria um banco de minutos.
Nesse formato, muito utilizado em debates na França, o candidato fica livre para formular suas perguntas e respostas no tempo que quiser. A duração da fala será debitada do banco de minutos e, a cada interrupção de um adversário, o relógio será parado.
"É uma ideia inovadora e que contribui para reconstruir o que realmente deve ser um debate, trazendo um formato menos engessado e mais interessante para quem de fato precisa entender o que está sendo falado", diz Íris Campos, representante do PSB.
"A união de grandes grupos de comunicação é interessante porque hoje as mídias estão realmente interligadas. O nosso candidato está disposto a qualquer tipo de regra para participar", disse o jornalista Laerte Rímoli, pelo PSDB.
José Américo ressaltou a importância dos eventos. "Essa convergência de mídias é muito importante. Já em 2010 nós vimos a repercussão que teve o debate promovido pela Folha e o UOL", afirmou. Segundo ele, a campanha ainda "está avaliando a participação em debates".
Rodrigo Flores, diretor de conteúdo do UOL, espera ainda mais audiência no debate deste ano. "Nesses quatro anos a internet cresceu demais. Temos ainda mais recursos para democratizar o debate eleitoral à Presidência da República", diz.