Folha de S. Paulo


Governo vai continuar a patrocinar eventos do MST, diz Carvalho

O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência), responsável pelo diálogo com os movimentos sociais, saiu em defesa do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) nesta quarta-feira (26) e anunciou que o governo federal vai continuar patrocinando eventos do grupo.

Ao chegar para um evento no Itamaraty, Gilberto Carvalho disse a jornalistas que queria falar do MST, apesar de não ter sido perguntado. "Eu quero dizer de maneira clara, peremptória, que não se pode confundir o MST com baderneiros. O MST não é visto pelo governo como um mal, é um movimento social legítimo com o qual o governo tem diferenças. O MST contesta o governo e nós achamos que isso é da democracia", disse o ministro.

Segundo Gilberto Carvalho, o governo financia ações do MST assim como financia feiras do agronegócio. "O dinheiro público pode e deve ser utilizado para estimular todas as formas de organização de cidadania e de produção. Seguiremos financiando. É próprio de um governo democrático financiar iniciativas que convirjam para bem da sociedade".

Alan Marques-15.ago.2012/Folhapress
Ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência
Ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência

PATROCÍNIO

A Caixa Econômica Federal, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e a Petrobras ajudaram a patrocinar o evento realizado durante o 6º Congresso Nacional do MST em Brasília. Ao todo, foi gasto cerca de R$ 1,6 milhão em recursos públicos e de empresas com economia mista.

O congresso, que aconteceu entre 10 e 14 de fevereiro em Brasília, reuniu cerca de 15 mil pessoas e terminou em confronto com a Polícia Militar na praça dos Três Poderes. Nesta quarta, Gilberto Carvalho também fez questão de dizer que as lideranças do MST ajudaram a conter o confronto que teve saldo de 32 feridos, sendo 30 policiais.

"Nós repelimos qualquer tentativa de dizer que nós estamos financiando a baderna e a violência. A violência que acabou ocorrendo aqui na praça dos Três Poderes não foi provocada por lideranças do MST que, pelo contrário, tiveram uma atuação importante para diminuir o impacto do confronto que acabou ocorrendo por razões que eu não quero aqui comentar".


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