Folha de S. Paulo


MST abre congresso com críticas ao governo Dilma

O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) abriu nesta segunda-feira (10) seu 6º Congresso Nacional, em Brasília, com críticas ao governo Dilma Rousseff e a avaliação de que a reforma agrária passa por um momento de "retrocesso".

Até sexta-feira (14), os cerca de 15 mil integrantes do MST presentes ao evento discutirão os rumos do movimento e as ações para os próximos anos –o congresso também marca os 30 anos do MST.

"Temos o diagnóstico de que a reforma agrária não está avançando. Há retrocesso na desapropriação de terras e na construção de assentamentos", afirmou Diego Moreira, integrante da direção nacional do MST, em coletiva para a imprensa.

Documento divulgado pelo movimento também reforça as críticas. "Para se ter uma ideia, ao longo desses três anos do governo Dilma, foram desapropriadas apenas 176 áreas. Ainda que não fosse suficiente, só o último ano do governo Lula teve 158 decretos de desapropriação", diz o texto.

"O governo [Dilma] é sustentado por uma ampla aliança, que inclui setores do agronegócio que impedem o avanço da reforma agrária", disse Moreira. Durante o congresso, porém, não haverá discussões sobre as eleições presidenciais nem apoio a candidatos.

Os dirigentes do movimento negam que haja desmobilização e afirmam que, além das invasões de terras, outras táticas têm sido usadas, como bloqueios de rodovias. O MST estima ter atualmente 90 mil acampados em cerca de 700 acampamentos no país e diz que também há outros 60 mil acampados ligados a outros movimentos.

Nesses 30 anos do movimento, foram assentadas 350 mil famílias em 1.200 municípios, totalizando cerca de 8 milhões de hectares, segundo dados do próprio MST.


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