Folha de S. Paulo


Dilma aproveita escalas para passear desde 2011

Desde que assumiu o cargo em 2011, Dilma Rousseff costuma aproveitar escalas técnicas durante os voos para passear anonimamente.

Nas paradas em outros países para abastecer a aeronave, a presidente gosta de visitar museus, apreciar obras arquitetônicas e ir a restaurantes. Em alguns casos, chegou a pernoitar em hotéis sem que a agenda oficial informasse seu paradeiro.

Em Lisboa foi assim. O sigilo da viagem levou o Planalto a administrar um desgaste. Por trás dele, uma antiga polêmica: o alegado direito presidencial de gozar de compromissos privados longe dos olhos da imprensa, conforme assessores.

Quem acompanha a petista relata seu cansaço com o assédio de jornalistas. Dilma, contam interlocutores, quer poder "ser gente" vez ou outra. Rotinas assim são quase impossíveis no Brasil.

Editoria de Arte/Folhapress

Em 2012, ao voltar da Índia, Dilma aproveitou um pouso técnico na Sicília para ir almoçar com ministros. Fez o mesmo na Espanha, um pouco antes, e chegou a fazer check-in em um hotel em Granada, mas desistiu de dormir na cidade.

Interlocutores veem as críticas ao sigilo no paradeiro da chefe como "pegação de pé" e dizem que, apesar de autoridade pública, ela tem o direito a compromissos privados. As preparações para as paradas técnicas exigem providências logísticas similares às das agendas oficiais.

Além de solicitação de hospedagem e transporte quando a parada inclui pernoite, o Itamaraty usualmente pede ao posto no exterior orçamento para aluguel de equipamentos de informática e comunicação não só para a comitiva, como para a equipe que visita o local antes. Também há solicitações de facilidades alfandegárias, imigratórias e aeroportuárias.

As paradas técnicas custam caro. Levantamento do Itamaraty indicou que somente as paradas de Dilma em Atenas e Granada, além dos preparativos para visita a Praga, que acabou cancelada, custaram R$ 433 mil.

Editoria de Arte/Folhapress

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