Folha de S. Paulo


Justiça aceita denúncia contra casal que ficou nu e quebrou estátua na visita do papa

A Justiça do Rio de Janeiro aceitou denúncia do Ministério Público Estadual contra o casal Raíssa Senra Vitral e Gilson Rodrigues Silva Júnior. Os dois responderão, em liberdade, a processo por uma série de crimes que teriam ocorrido quando o casal promoveu uma performance crítica à Igreja Católica em meio às atividades da Jornada Mundial da Juventude, que recebeu o Papa Francisco no Rio de Janeiro em julho de 2013.

Raíssa e Silva Júnior participaram da Marcha das Vadias, em 27 de julho. A atuação polêmica ocorreu na Avenida Atlântica, na orla de Copacabana, zona sul do Rio.

Na ocasião, os dois tiraram as roupas e cobriram partes do corpo com símbolos sacros. Raíssa teria ainda esfregado uma imagem em seus genitais e introduzido uma cruz no ânus do colega de performance. Os dois sentaram sobre imagem de uma santa e a jogaram no chão, quebrando intencionalmente o objeto de adoração dos católicos que se concentravam à beira da praia para esperar uma missão com o Papa.

A denúncia da promotoria aceita ontem pelo Judiciário pede condenação dos dois por ultraje público ao pudor, resultantes de preconceito de raça ou de cor, concurso formal, vilipendiar ato ou objeto de culto religioso e concurso material. Na época, os próprios organizadores da Marcha das Vadias se manifestaram pelas redes sociais para dizer que não apoiavam a atitude dos dois.

A marcha reuniu cerca de 1,5 mil pessoas e o mote era defender o aborto e o caráter laico do Estado brasileiro. Na internet, os líderes da Marcha das Vadias disseram defender "a liberdade de expressão artística, religiosa, de consciência, de pensamento, de crítica, de vestimenta, e todas as liberdades civis individuais e coletivas garantidas pela Constituição Cidadã de 1988".


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