Folha de S. Paulo


Se PSDB tivesse apoiado Mais Médicos no início teria sido mais fácil aprová-lo, diz Dilma

Um dia após o senador Aécio Neves (PSDB), provável candidato da sigla à Presidência da República, sinalizar que pretende manter e aprimorar programas como o Bolsa Família e o Mais Médicos caso seja eleito em 2014, a presidente Dilma Rousseff afirmou que "agora que o programa está dando certo, é óbvio que vão apoiar".

"É sempre bom ver que eles [oposição] reconhecem alguma coisa. Porque você sabe que, durante um tempo, o Bolsa Família foi chamado de 'bolsa-esmola'. Hoje não chamam assim porque sabem do reconhecimento internacional que esse programa tem", disse Dilma, em entrevista à Rádio Jornal, do Recife.

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"No caso do Mais Médicos, houve críticas bastante ácidas. Disseram que estava incorreto o programa. Não estou falando do senador [Aécio], estou falando do partido do senador", afirmou a presidente. E acrescentou que, se no início do programa, "na hora que era difícil", o PSDB tivesse aprovado a ideia, ela teria ficado "agradecida".

AÉCIO NEVES

Na terça-feira (17), Aécio lançou um documento com 12 tópicos, na Câmara dos Deputados, que deverão ser as bases da agenda que o PSDB apresentará ao país em 2014. Dividido em três áreas temáticas --confiança, cidadania e prosperidade--, o documento intitulado "Para mudar de verdade o Brasil" apresenta 12 pontos que balizarão a atuação do partido no ano que vem.

No texto, o partido ressalta o compromisso com a ética e o combate à corrupção, a construção de um estado eficiente e a recuperação da credibilidade e formação de um ambiente adequado para atrair investimentos para o país. Aécio afirmou também que a educação, a saúde e a segurança pública serão as áreas prioritárias de atenção do PSDB. Ele propôs a criação de uma política nacional de segurança pública com mais investimentos da União.

Apesar de críticas em relação à forma com que os programas Mais Médicos e Bolsa Família são executados, o senador mineiro disse, em discurso, que um eventual governo seu manterá e aprimorará os dois programas.

Editoria de Arte/Folhapress

SALÁRIO MÍNIMO

Dilma também disse, durante a entrevista, que o salário mínimo deverá ser reajustado para um valor entre R$ 722 e R$ 724 --a depender do fechamento do PIB deste ano, conforme a regra aplicada para o cálculo do reajuste. "O pessoal pode ficar satisfeito antecipadamente. O salário mínimo vai sofrer um bom reajuste", disse. O salário mínimo hoje é de R$ 678.

Na madrugada desta quarta-feira (18), o Congresso aprovou o Orçamento de 2014. A aprovação ocorreu após o governo prometer liberar bônus de R$ 2 milhões para obras apadrinhadas por congressistas. O texto segue agora para sanção da presidente Dilma Rousseff.

A proposta acrescenta R$ 100 milhões ao Fundo Partidário --verba utilizada para manter a infraestrutura das siglas e vitaminar campanhas eleitorais--, atualiza o valor do salário mínimo, passando de R$ 722,90 para R$ 724, e prevê ainda um corte de cerca de R$ 1 bilhão no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). O ajuste, provocado pela revisão do PIB de 2012, deve gerar um custo extra de R$ 250 milhões aos cofres públicos.


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