Folha de S. Paulo


Máfia do ISS de São Paulo é 'escândalo' muito maior que mensalão, diz João Paulo Cunha

Condenado a nove anos e quatro meses de prisão, o deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP) sugeriu ontem que os escândalos dos fiscais da Prefeitura de São Paulo e do cartel de metrô no Estado são maiores do que o mensalão petista.

Os dois casos citados pelo ex-presidente da Câmara atingem majoritariamente políticos do PSDB (Estado) e da gestão do ex-prefeito Gilberto Kassab, do PSD.

Convidado a falar no ato de desagravo aos réus que já foram presos, João Paulo disse que "corrupção não tem termômetro". "Se rouba um real ou se rouba mil, é a mesma coisa", disse Cunha, antes de começar a comparação.

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"Cinco presidentes de partidos, o presidente da Câmara e o ministro da Casa Civil se juntam em uma quadrilha e desviam R$ 141 milhões, supostamente. Cinco fiscais da Prefeitura de São Paulo desviam R$ 500 milhões", completou.

"Um contrato da Alstom desvia mais de meio milhão. E [dizem que o mensalão] é o maior escândalo da história. É o escândalo político, é o escândalo de corrupção", ironizou o petista.

Pedro Ladeira/Folhapress
Congresso do PT realiza ato de desagravo contra as prisões dos integrantes da sigla condenados no processo do mensalão
Congresso do PT realiza ato de desagravo contra as prisões dos integrantes da sigla condenados no processo do mensalão

O ex-presidente da Câmara afirmou que o Brasil vive "tempos sombrios" e arriscou uma comparação histórica entre o mensalão e outros períodos da história.

"Dizem que foi o maior escândalo político. Maior escândalo de quê? Foi maior que a ditadura militar? O Estado Novo? A escravidão?", questionou.

Esta foi a segunda vez na semana que João Paulo apareceu em público para se defender e criticar o julgamento. Na quarta-feira, ele foi à tribuna da Câmara e disse que o mensalão foi uma "peça teatral de farsa".

Sua pena ainda não começou a ser executada porque um de seus recursos ainda está pendente de análise.


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