Folha de S. Paulo


Alianças estaduais do PT terão que passar por crivo do diretório nacional

Todas as coligações estaduais do PT formadas para as eleições do ano que vem terão que ser aprovadas pelo diretório nacional do partido antes de serem registradas oficialmente. Dessa forma, as eleições nos estados terão que seguir a estratégia nacional.

Em tese, a cúpula do partido poderá impor sua vontade sobre decisões estaduais. A medida foi incluída em uma resolução aprovada nesta quarta-feira (11) em uma reunião do diretório nacional em Brasília. O documento afirma que uma chapa só poderá se registrar na Justiça Eleitoral, "após a devida aprovação pela direção nacional". Em outro documento com as diretrizes do partido para as eleições do ano que vem, afirma-se também que a presidente Dilma Rousseff poderá dar a palavra final sobre todas as coligações estaduais.

A resolução também diz que os diretórios estaduais serão orientados para que as coligações atendam às diretrizes sobre tática eleitoral e política de alianças a serem aprovadas para as eleições de 2014.

Segundo o novo secretário-geral do partido, o deputado federal licenciado Geraldo Magela (DF), a sigla priorizará o diálogo, mas esclarece que os estados deverão seguir o plano nacional do PT. "Ninguém vai impor nada de cima para baixo. Mas o que os estados precisam ter claro é que o partido precisa estar em sintonia, em uma lógica nacional para a reeleição [da presidente Dilma Rousseff]", explicou.

Esta não é a primeira vez que o PT faz tal tipo de determinação. Nas últimas eleições estaduais a sigla já havia testado a estratégia. O documento apresentado nesta quarta também afirma que os diretórios estaduais deverão ser orientados para que as coligações atendam às diretrizes sobre a tática eleitoral e política de alianças que serão decididas para as eleições de 2014.

A cúpula do partido também definiu algumas diretrizes para o calendário eleitoral do partido. As candidaturas da sigla para as eleições de 2014 deverão ser definidas até 10 de fevereiro, em cada estado, pela respectiva comissão executiva estadual. Se houver prévias, elas serão realizadas, nos finais de semana, entre 5 e 13 de abril.

IMPOSIÇÕES NACIONAIS

A norma abre brecha para que os diretórios estaduais percam espaço nas decisões para o ano que vem. No Maranhão, por exemplo, o partido pretende apoiar a candidatura para o governo do presidente da Embratur, Flávio Dino, do PCdoB. No entanto, o senador José Sarney (PMDB) tem feito pressão para que o partido apoie o seu candidato no estado.

Já em Santa Catarina, a ala do partido ligada à ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, defende uma candidatura própria ao governo do estado, mas como o PT nacional articula com o grupo político do ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), é possível que o partido decida pelo apoio à reeleição do governador Raimundo Colombo (PSD) em Santa Catarina.

ELEIÇÕES INTERNAS

O diretório nacional também elegeu nesta quarta a executiva nacional do partido. O atual presidente, Rui Falcão, foi reconduzido ao cargo. Ele comandará o partido até 2018. A segunda maior corrente interna, Mensagem ao Partido, acabou perdendo espaço na executiva.

O partido também reiterou que o principal objetivo para o ano que vem é a reeleição da presidente Dilma Rousseff e a ampliação das bancadas na Câmara e no Senado. "Nossas alianças deverão ser construídas não apenas para conquistar vitórias importantes nos Estados, como também para garantir a reeleição da presidenta Dilma", diz o documento.


Endereço da página:

Links no texto: