Folha de S. Paulo


PMDB reelege Eduardo Cunha líder em 2014

Segunda maior bancada da Câmara, o PMDB reelegeu nesta quarta-feira (4) o deputado Eduardo Cunha (RJ) para líder do partido para 2014. A indicação chegou a surpreender até peemedebistas, já que ocorreu sem disputas internas.

Ao longo do ano, Cunha oscilou entre um dos principais integrantes da tropa de choque do Planalto e um dos principais adversários do governo, chegando a ter embates com a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais), responsável pela articulação política no Congresso, e ameaçando derrotar projetos considerados prioritários.

A eleição ocorreu a portas fechadas e contou com a presença do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Cunha disse que não pretende mudar seu estilo.

"Em time que está ganhando, não se mexe. Se eu fui reconduzido dessa forma, é porque é dessa forma que eu tenho que atuar", afirmou. Ele ainda reforçou que age seguindo a vontade da bancada. "Eu expresso a posição da bancada, não é a minha posição pessoal. Não é que eu vou tentar bater de frente nem defender o governo. Vou fazer o que a bancada quer", completou.

Pedro Ladeira - 15.mai.2013/Folhapress
Eduardo Cunha, líder do PMDB, no plenário da Câmara durante votação da MP dos Portos
Eduardo Cunha, líder do PMDB, no plenário da Câmara durante votação da MP dos Portos

O desencontro mais recente de Cunha e o Planalto é a votação do Marco Civil da Internet, considerado uma Constituição da rede. Ele se opõe sobre a chamada "neutralidade" previsto no texto do relator Alessandro Molon (PT-RJ).

O jargão é utilizado para definir que o acesso a todos os sites precisa ser feito na mesma velocidade e que não podem ser vendidos pacotes específicos. Desta forma, fica liberada a venda de pacotes de acesso que não discriminem o conteúdo acessado. As teles dizem que essa medida fará aumentar o preço dos pacotes, além de piorar a qualidade do serviço.

O líder peemedebista ainda dificultou a votação da chamada MP dos Portos, ameaçou a MP dos Mais Médicos e foi um dos parlamentares que comandaram a resistência à ideia de um plebiscito sobre a reforma política indicado pela presidente Dilma Rousseff em resposta aos protestos de junho.

Conhecido como um parlamentar de bastidor, Cunha teve uma chegada conturbada na liderança. Inicialmente teve que enfrentar resistência do Planalto, que o considerava um aliado complicado por sempre alterar as medidas provisórias. Ele ainda conseguiu derrotar dois correligionários na votação interna da bancada.


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