Folha de S. Paulo


Pivô da queda de Palocci, Jeany Mary Corner é presa sob suspeita de chefiar prostituição

A Polícia Civil do Distrito Federal prendeu nesta segunda-feira (2) a promotora de eventos Jeany Mary Corner e outras oito pessoas, sob suspeita de agenciamento de garotas de programa e outros crimes relacionados.

Jeany, que se define como produtora de eventos, fez fama em Brasília. Ela foi um dos pivôs do escândalo que derrubou Antônio Palocci do Ministério da Fazenda em 2005, no governo Lula. Jeany teria organizado festas em um imóvel frequentado pelo então ministro e que chegou a ser apelidado de "casa do lobby".

Palocci caiu do cargo após a quebra ilegal do sigilo bancário do caseiro Francenildo Santos Costa, testemunha de acusação contra Palocci no caso. Também pesava sob ela a suspeita de ter prestado serviços a pedido de Marcos Valério, operador do mensalão.

Neste ano, seu nome voltou à evidência no noticiário com a Operação Miqueias, da Polícia Federal, na qual prostitutas ligadas a Mary Corner eram usadas para cooptar gestores para um esquema criminoso suspeito de lavagem de dinheiro e desvio de recursos de fundos de pensões municipais.

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Segundo a Polícia Civil, a investigação sobre Jeany Mary Corner foi independente da Polícia Federal e tem como foco coibir os crimes praticados contra as mulheres. Além dela, outras duas pessoas, Marilene Fernandes de Oliveira e Vilma Aparecida, são consideradas as "cabeças" do suposto esquema. Também há um policial militar no grupo.

Dentre os crimes dos quais são acusadas estão favorecimento à prostituição, rufianismo (obtenção de lucro através de exploração sexual), tráfico interno de pessoas, casa de prostituição e associação criminosa.

A delegada Ana Cristina Santiago, chefe da DEAM (Delegacia Especial de Atendimento à Mulher), afirma que as garotas de programa relataram serem ameaçadas por tentarem deixar a prostituição. Segundo a delegada, os programas chegavam a custar R$ 10 mil.

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As nove pessoas estão presas temporariamente por cinco dias, para permitir o aprofundamento das investigações. Depois desse prazo, a Polícia Civil decidirá se pedirá a permanência delas na prisão caso ainda seja necessário.

De acordo com a delegacia, Mary Corner foi interrogada mas permaneceu calada e ainda não constituiu advogado. Já as outras duas apontadas como líderes do esquema negaram a prática de crimes, segundo a delegada.


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