Folha de S. Paulo


Corpo do governador Marcelo Déda será velado em Aracaju e cremado em Salvador

O corpo do governador de Sergipe, Marcelo Déda (PT), que morreu em São Paulo na madrugada desta segunda-feira (2) após complicações decorrentes de um câncer gastrointestinal, deverá chegar à capital Aracaju na tarde de hoje.

O corpo de Déda deixou o hospital por volta das 10h30 desta segunda e foi levado num avião da FAB (Força Aérea Brasileira) para Aracaju (SE). O governo sergipano espera que o corpo do governador chegue à capital do Estado por volta das 17h (horário de Brasília). Haverá cortejo do aeroporto até o Palácio-Museu Olímpio Campos, local do velório, que se estenderá até a noite desta terça-feira (3).

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Segundo a secretaria de Comunicação do Estado, o corpo de Déda será cremado em Salvador, no Jardim da Saudade, respeitando-se a vontade do governador. De acordo com o diretor de imprensa do governo do Estado, João Augusto Freitas, Déda teve falência de múltiplos órgãos.

Com a morte de Marcelo Déda (PT), o vice-governador Jackson Barreto decretou luto oficial de sete dias e assume o governo até as eleições do ano que vem. A presidente da Assembleia Legislativa, Angélica Guimarães (PSC -SE), acumula as atribuições de vice-governadora. O prefeito de Aracaju, João Alves Filho (DEM), que está em viagem oficial à Alemanha, decretou três dias de luto.

Compadre do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que batizou sua filha mais nova, Déda era uma das lideranças mais populares do Nordeste e uma das grandes referências do PT na região. Déda foi um dos fundadores do PT e foi eleito pela primeira vez em 1986, como deputado estadual. Em 1994, se tornou deputado federal, se reelegendo em 1998. Elegeu-se prefeito da capital sergipana, Aracaju, em 2000 e em 2004. Também venceu por duas vezes a eleição para o governo do Estado, em 2006 e 2010.

Déda costumava relatar que começou a trabalhar na criação do PT em 1979, durante a reforma partidária do governo Figueiredo, o último do período militar. Dessa reforma, a Arena, partido governista, se transformou em PDS. O MDB, em PMDB. O PTB, extinto na ditadura, reapareceu. E surgiram o PDT e o próprio PT.

Numa rede social, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), lamentou a perda de Déda. Relatou ter visitado o petista há dez dias. "Mesmo debilitado, pediu para projetarmos o futuro. Isso demonstra o que era: guerreiro".


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