Folha de S. Paulo


Jackson Barreto, governador em exercício de SE, decreta luto oficial de sete dias

O governador em exercício de Sergipe, Jackson Barreto (PMDB), decretou nesta segunda-feira (2) luto oficial de sete dias pelo morte do governador do Estado Marcelo Déda (PT).

Aos 53 anos, Déda (PT) morreu por volta das 3h30 desta segunda, em São Paulo. Ele estava internado no Hospital Sírio-Libanês desde 27 de maio.

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O corpo de Déda deixou o hospital por volta das 10h30 desta segunda e foi levado num avião da FAB (Força Aérea Brasileira) para Aracaju (SE). O governo sergipano espera que o corpo do governador chegue à capital do Estado por volta das 17h (horário de Brasília). Haverá cortejo do aeroporto até o Palácio-Museu Olímpio Campos, local do velório, que se estenderá até a noite desta terça-feira (3).

Segundo a secretaria de Comunicação do Estado, o corpo de Déda será cremado em Salvador, no Jardim da Saudade, respeitando-se a vontade do governador. De acordo com o diretor de imprensa do governo do Estado, João Augusto Freitas, Déda teve falência de múltiplos órgãos.

Déda deixa cinco filhos, sendo três filhas (Marcela, Yasmim e Luísa), do primeiro casamento, e dois filhos (João Marcelo e Mateus), frutos de sua união com a repórter-fotográfica, Eliane Aquino, primeira-dama e secretária de Inclusão Social.

"O luto oficial será de sete dias e estamos tomando as providências para preparar o Palácio Museu Olímpio Campos para o velório, que é uma obra que marcou a sua gestão. Teremos uma missa de corpo presente. Vamos rezar muito para ele e pedir força para sua família. O que iremos guardar de Marcelo Déda é a sua jovialidade e a sua capacidade de aglutinar tantas forças para elaborar um projeto que trouxe muitas mudanças para Sergipe. Ele foi um guerreiro e deixa a mensagem da honradez, dignidade e ética que sempre norteou seu caminho e sua vida pública", afirmou Barreto.

Afastado do governo do Estado desde maio, Déda lutava contra um câncer no sistema gastrointestinal, descoberto no ano passado. Em 2009, o governador havia passado por cirurgias depois de os médicos identificarem um nódulo no pâncreas.

3° MANDATO

Com a morte de Marcelo Déda (PT), o vice-governador Jackson Barreto assume o governo até as eleições do ano que vem. A presidente da Assembleia Legislativa, Angélica Guimarães (PSC -SE), acumula as atribuições de vice-governadora.

Em 2009, Jackson Barreto (PMDB) foi o responsável pela elaboração PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que previa um referendo sobre a possibilidade de o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva concorrer a um terceiro mandato.

Na época, Barreto havia reunido as 171 assinaturas necessárias para protocolar a emenda, a maioria vinda de PMDB, PT e outros partidos da base de Lula. Mas havia também apoios da oposição. A emenda tinha apenas uma página e três artigos. O primeiro alterava o parágrafo 5º do artigo 14 da Constituição, que tratava da reeleição.

"O presidente da República, governadores de Estado e do Distrito Federal, os prefeitos e quem os houver sucedido ou substituído no curso dos mandatos poderão ser eleitos para até dois períodos imediatamente subsequentes", dizia a nova redação proposta.

O artigo seguinte afirmava que "a promulgação desta emenda fica sujeita a referendo popular, a ser realizado no segundo domingo de setembro de 2009". Na justificativa que acompanhava o texto, Barreto dizia que "não havia razão lógica para se proibir um terceiro mandato sucessivo, mesmo porque, a rigor, cabe ao eleitorado decidir sobre a continuidade ou a descontinuidade da gestão posta ao crivo das urnas".

Contudo, Barreto desistiu de apresentar a emenda ao saber do câncer da então ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), pré-candidata do governo a presidente. "Seria muito indelicado", disse.


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