Folha de S. Paulo


Governador de Sergipe, Marcelo Déda, morre aos 53 anos em SP

O governador de Sergipe, Marcelo Déda (PT), 53, morreu por volta das 4h45 desta segunda-feira (2) no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.

Déda estava afastado do governo desde maio e fazia tratamento contra um câncer gastrointestinal havia um ano e três meses. Em junho, passou por cirurgia para extração do baço. Seu estado de saúde se agravou nos últimos dias, e o governador morreu por falência de múltiplos órgãos.

O corpo do governador deixou o hospital por volta das 10h30 e foi levado em avião da FAB (Força Aérea Brasileira) para Aracaju, onde chegou por volta das 17h30. Haverá cortejo do aeroporto até o Palácio Museu Olímpio Campos, local do velório.

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Corpo do governador Marcelo Déda será velado em Aracaju

O corpo de Déda será cremado nesta terça-feira (3) em Salvador, no Jardim da Saudade, respeitando-se a vontade do governador.

Formado em direito, Marcelo Déda foi casado duas vezes e deixa a mulher, Eliane Aquino, e cinco filhos --três do primeiro casamento e dois do segundo.

Com a morte de Déda, o vice-governador Jackson Barreto (PMDB) assume o governo até as eleições do ano que vem. A presidente da Assembleia Legislativa, Angélica Guimarães (PSC), acumula as atribuições de vice-governadora. No fim de semana, Barreto suspendeu eventos de que participaria no Estado após boletim médico apontar piora no estado de saúde de Déda.

Compadre do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que batizou sua filha mais nova, Déda era um dos líderes políticos mais populares do Nordeste e referência do PT na região.

Ele militou no movimento estudantil e aos 25 anos, em 1985, foi segundo colocado na eleição para prefeito de Aracaju. No ano seguinte foi eleito deputado estadual com votação recorde no Estado: 32 mil votos. Em 1990, voltou a ser derrotado na disputa pela Prefeitura de Aracaju, mas foi eleito deputado federal em 1994 e reeleito em 1998. Em 2000, foi eleito prefeito de Aracaju. Reeleito em 2004, renunciou em 2006 para concorrer ao governo do Estado. Venceu no primeiro turno e foi reeleito em 2010.

Déda costumava relatar que começou a trabalhar na criação do PT em 1979, durante a reforma partidária do governo João Figueiredo (1979-1985), o último do período militar. Dessa reforma, a Arena, partido governista, se transformou em PDS. O MDB, em PMDB. O PTB, extinto na ditadura, reapareceu. E surgiram o PDT e o próprio PT.

FAMÍLIA

O "petista de primeira hora" nasceu em Simão Dias, cidade localizada a 110 km de Aracaju. Caçula entre os cinco filhos de Manoel Celestino Chagas e Zilda Déda Chagas, gostava de ressaltar "as influências decisivas" que recebeu do avô materno, José de Carvalho Déda.

Escritor e jornalista, Zeca Déda foi eleito três vezes como deputado estadual. Morreu quando o neto que se tornaria governador tinha oito anos. "Mesmo ausente meu avô teve uma grande influência no meu caráter. Ele me deixou um grande legado."


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