Folha de S. Paulo


Alckmin tem leve reação após protestos

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), tem encontrado dificuldades para recuperar a popularidade perdida depois dos protestos de junho, mas continua favorito para a disputa eleitoral do ano que vem, quando concorrerá à reeleição.

Pesquisa feita pelo Datafolha quinta e sexta-feira da semana passada mostra que a aprovação a seu governo oscilou positivamente desde junho, indo de 38% para 41%. Antes dos protestos, 52% dos paulistas achavam o governo de Alckmin ótimo ou bom.

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Se a eleição para governador fosse realizada hoje, Alckmin teria 43% das intenções de voto, o suficiente para que fosse reeleito no primeiro turno, conforme o Datafolha.

O instituto ouviu 1.723 eleitores em 46 municípios do Estado. A margem de erro do levantamento é de dois pontos para mais ou para menos.

Carolina Daffara/Editoria de Arte/Folhapress

Alckmin perdeu popularidade com os protestos de junho porque pouco antes havia aumentado as tarifas do metrô e dos ônibus intermunicipais. Como aconteceu com o prefeito da capital, Fernando Haddad (PT), ele se viu obrigado a cancelar o aumento depois das manifestações.

Nas últimas semanas, o governador sofreu desgaste em outra frente, com as denúncias de pagamento de propina para autoridades tucanas por empresas acusadas de montar um cartel para fornecimento de equipamentos na área de transporte no Estado.

Na pesquisa de intenção de voto para governador, o pré-candidato mais bem colocado depois de Alckmin é o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, do PMDB. Ele aparece com 19%.

O ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD), que ainda não definiu se será mesmo candidato a governador nas próximas eleições, aparece com 8%. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT), alcança 4%.

Mesmo que recupere a popularidade, Alckmin deverá entrar na campanha de 2014 em condições menos favoráveis do que as encontradas em 2010, quando foi o candidato da situação à sucessão do também tucano José Serra.

Isso porque naquela disputa Alckmin contou com o apoio formal do PMDB, que detém o segundo maior bloco de tempo no horário de propaganda eleitoral do rádio e da televisão, atrás apenas do PT. Desta vez, o PMDB dificilmente deixará de concorrer com candidato próprio.

A aposta mais forte do governador agora é uma aliança com o PSB, ideia também defendida pelo presidente estadual da sigla, deputado federal Márcio França, cotado para ser vice de Alckmin.

O problema, neste caso, é a resistência dos militantes da Rede Sustentabilidade, o partido que está sendo organizado pela ex-ministra Marina Silva, que desde outubro caminha em parceria com o presidente nacional do PSB, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, pré-candidato à Presidência da República.


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