O presidente do PT, Rui Falcão, saiu nesta sexta-feira (29) em defesa do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e do deputado estadual Simão Pedro (PT-SP), alvo de críticas do PSDB por sua atuação na investigação do cartel que atuou em licitações do transporte público em São Paulo e no Distrito Federal.
Cardozo declarou ter repassado à Polícia Federal documentos que mencionam pagamento de propina a autoridades do PSDB. Ele foi acusado por tucanos de fazer uso político do material para amenizar o efeito das prisões de petistas pelo mensalão.
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O ministro disse ter recebido os papéis de Simão Pedro. O PSDB acusou o deputado de ter produzido uma tradução falsa de uma carta anônima escrita em inglês e enviada em junho de 2008 ao ombudsman da Siemens, uma das empresas participantes do cartel. Ela denuncia irregularidades em licitações das quais a multinacional participou e fala em pagamento de propina, sem citar nomes.
Como o dossiê sobre o caso inclui também uma versão em português da carta, com o acréscimo de um parágrafo que aponta o PSDB como destinatário da propina, os tucanos afirmaram que Pedro falsificou esse documento. Ele nega.
Ao discursar na abertura do fórum "Ideias para o Brasil", promovido pela Fundação Perseu Abramo, centro de estudos ligado ao PT, em São Paulo, Rui Falcão disse que a acusação do PSDB contra petistas antecipa o "clima" da campanha eleitoral do próximo ano.
| Zanone Fraissat-11.mar.2013/Folhapress | ||
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| O presidente do PT, Rui Falcão, defende a atuação do ministro Cardozo no caso Simens |
Ele afirmou que Cardozo e Simão Pedro são vítimas de uma tentativa de manipulação do caso. Ao mencionar a suposta adulteração da carta, ele destacou que o parlamentar "nem fala inglês".
"O ministro da Justiça, após receber uma denúncia de um deputado do PT de São Paulo, cumpre seu dever constitucional, encaminha a denúncia à Polícia Federal. Agora transformam isso em alvo de disputa política, acusando o ministro de manipular informação, acusando o deputado, que nem fala inglês, de fazer uma tradução adulterada", disse Falcão.
Em entrevista, o presidente do PT falou que Cardozo tem o direito de processar quem o acusou. "Se ele foi alvo de calúnia, injúria ou difamação, ele deve fazê-lo, seja como pessoa física, seja como ministro de Estado."
Falcão voltou a se referir ao caso do cartel no sistema metroferroviário como "trensalão" e afirmou que as irregularidades foram confessadas pelas empresas --na verdade, só a Siemens admitiu participação na combinação de resultados de licitações, ao denunciar o caso-- e são alvo de investigação também no exterior.
Além de Cardozo e Simão Pedro, Falcão defendeu em seu discurso o ex-secretário de Governo da Prefeitura de São Paulo, Antonio Donato (PT), que deixou a administração após ser acusado de ter ligações com a máfia dos fiscais do ISS.
Nesta quinta (28), o PT paulistano promoveu um ato de desagravo a Donato, que contou com a presença do prefeito Fernando Haddad.