Folha de S. Paulo


Pizzolato foi 'competente' ao fugir do Brasil, diz Temer

O vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), disse nesta quinta-feira (21) que a fuga do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato para a Europa foi, do ponto de vista pessoal do réu, um gesto "competente".

Temer disse não saber se o Brasil terá condições de obter a extradição de Pizzolato, condenado a 12 anos e 7 meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento do mensalão.

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"Ele foi para a Itália, um país que não concede a extradição. Do plano pessoal, foi um gesto até competente. Certamente vai haver um pedido do Brasil e vai haver um pleito pela extradição. Agora, o que vai acontecer eu confesso que não saberia."

Editoria de Arte/Folhapress
A FUGA DE PIZZOLATO Como o ex-diretor do Banco do Brasil condenado no mensalão conseguiu escapar das autoridades
A FUGA DE PIZZOLATO Como o ex-diretor do Banco do Brasil condenado no mensalão conseguiu escapar das autoridades

Temer fez a declaração a jornalistas em Porto Alegre ao ser questionado sobre a possibilidade de extradição do réu do mensalão.

Pizzolato tem cidadania italiana e não deve ser extraditado pelo país europeu. Ele teve o seu passaporte recolhido em 2012, mas conseguiu fugir para a Europa, provavelmente por meio da Argentina.

Mais tarde, ao ser questionado na mesma entrevista se via a possibilidade de uma troca do foragido brasileiro pelo italiano Cesare Battisti, que vive no Brasil, Temer disse que o caso do italiano já esta superado. "A questão [de Pizzolato] agora se restringe a decisões judiciais."

MENSALÃO E 2014

Na entrevista, Temer procurou não responder diretamente perguntas sobre as prisões decretadas pelo Supremo Tribunal Federal no processo do mensalão. Ao ser questionado sobre o caso do deputado licenciado José Genoino (PT-SP), afirmou que declarações sobre o assunto podem ser vistas como "agressão à decisão do Judiciário".

Mas afirmou que, no governo, há comentários "condoídos" sobre a situação de saúde do congressista petista, mas de natureza não institucional. "As pessoas sabem qual é a situação [de saúde dele]. Eu mesmo sei qual é a situação. Há comentários [do tipo:] que coisa, 'que pena', 'a Justiça tem que dar uma solução'."

O vice-presidente também afirmou que não vê o mensalão tendo impacto nas eleições de 2014, mas diz que o caso será explorado no debate político.

"[Para explicar] temos que fazer um debate sociológico aqui. Por que os efeitos de uma sentença do Supremo não atingirão determinadas camadas da população? Acho que, basicamente, em face de tudo que o governo fez. Primeiro, trouxe grandes benefícios sociais para grandes camadas da população."


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